Novembro já avança. O mês ainda promete muitos eventos e atividades. Uma delas será nossa leitura do texto “Femedição”, da colega espanhola Ana Gallego Cuiñas, que tem escrito sobre edição independente e feminismos, entre outras coisas. Fiz esta tradução com gosto. O projeto tem uma história tortuosa, de desistências, inclusive, mas afinal o texto traduzido saiu em um belo dossiê da revista Eco-Pós que organizei com a querida Isabel Travancas, colega da UFRJ. A leitura do mês no grupo Mulheres na Edição será esta.
Que jornada! Os cards não estão exatamente na ordem em que as coisas aconteceram. E nem refletem o que realmente foi novembro. Teve conversa em outros espaços também, mas fechados, sem divulgação ampla. Em todos os casos, a ideia era falar de livro, leitura, escrita e edição. Ou tecnologia.
O Ciclo de Debates da Academia Mineira de Letras foi gravado e deve aparecer no site deles em algum tempo. A mesa de escritoras da UFF também. Não tenho certeza. Foi emocionante estar lá e sentir os arrepios da plateia ao ouvir as leituras dessas mulheres.
As conversas na Unifesspa, na Unifesp e na UFRJ foram gostosas, leves, divertidas e dinâmicas. Só interlocução da boa. E sempre aquela minha sensação de ter falado demais… Paciência. 🙂
É sempre uma alegria passar pelo Piauí. Lá fiz amigos e amigas inestimáveis. E desta vez não foi diferente. Fui tratada a pão-de-ló e cajuína. Fiz a palestra intermediária do I Coles, com direito a colegas muito especiais na plateia e uma imensa turma do ensino médio de diversas regiões do estado. É possível assistir.
Temos livro novo na coleção “Questões contemporâneas de edição, preparação e revisão textual”, saindo pela Parábola Editorial nesta nova safra. O título é organizado por Márcia Romano e eu, que reunimos pesquisadoras-revisoras que atuam em âmbitos profissionais diversos. Todos os trabalhos estão relacionados a resultados de pesquisa e rica experiência.
Para ler e revisar textos teve uma edição anterior na antiga casa, a Gulliver, mas quase ninguém viu. Foi lançado na pandemia, em tiragem baixíssima. Na Parábola, ele ganhou novo título e fôlego de sobra para chegar às pessoas que se interessam pelo tema. O volume se junta ao primeiro, Em busca do texto perfeito, e certamente será seguido por vários outros.
O Nespe já deu uma notinha.
O lançamento será no SIGET, em novembro, na PUC Minas. Depois virão outros on-line e em Belo Horizonte.
Neste setembro de dura estiagem, finalmente saiu um artigo que escrevi para o dossiê sobre multimodalidade em Gunther Kress, na Revista de Estudos da Linguagem, sob a organização das admiradas colegas Záira Santos (UFES), Clarice Gualberto (UFMG) e Vânia Barbosa (UFPI). O número todo está disponível e convido à leitura do exercício de análise que propus, usando como material um carrossel de posts da TAG Livros.
A poesia tem destas: avoa. Vez ou outra, alguém pede este ou aquele poema, dá cá que vou republicar, faz um novo sobre o tema x, dê aqui que vou traduzir, e assim os textos vão se desprendendo dos livros (que é como nasceram, afinal) e chegando a mais pessoas, a conta-gotas, digamos. Pode ser que puxem livros, pode ser que não. Sementes que brotam; outras, não. Mas às vezes também nasce uma antologia que reúne poemas de poetas por esta ou aquela razão. Há várias antologias que reúnem autoras, todas mulheres, formando conjuntos poéticos de certa feição. O desenho, cada organizadora faz. E assim nasceram duas antologias recentes, ambas surpreendentes (porque eu não esperava que me convidassem).
A primeira é Mulher fala o que quiser, organizada pela professora Claudete Daflon (UFF), com uma turma de alunas, pelas editoras Pangeia e EdUFF. O livro é de acesso aberto e pode ser amplamente distribuído. Convido a espiar o time de mulheres reunidas.
A segunda antologia cruza fronteiras. A tradutora e professora Ángela Cuartas reuniu num belo volume 42 poetas colombianas e brasileiras, com lançamento na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, quando a Colômbia foi o país convidado de honra. Um luxo.
O livro pode ser encontrado pelo código qr.
Assim é que a poesia escapa dos seus limites, ou daqueles editoriais, críticos, de gênero e comerciais, e fura todas as bolhas e expectativas. Ave!
Já são sete os volumes da coleção Pensar Edição, produzida na parceria entre as editoras Moinhos e Contafios desde 2017, com a minha amorosa colaboração. O sétimo título é o da profa. Luciana Salgado e colegas e tem o sugestivo nome de Autorias. O Nespe nos deu a alegria de divulgá-lo recentemente.
Nem bem esse volume esfriou e já temos o oitavo título, de autoria do professor português Nuno Medeiros, que virá a Belo Horizonte em novembro de 2024, em uma parceria entre o CEFET-MG e a UFMG, para dar curso, palestras e lançar a obra, cujo título é Livro, trânsitos e inovações – Configurações culturais, históricas e sociais da edição. É para logo mais e já virá seguido de outro sobre literatura para crianças. Darei notícias.
Resenha na importante Revista do GEL, em 2024.
Claro, a ideia inicial era fazer um belo encontro presencial entre pessoas que pesquisam e trabalham com textos, mas a enchente não permitiu. A comissão organizadora gaúcha se desestabilizou, mas com apoio e empatia, tudo se firmou e o evento foi tornado virtual. Isso tem suas vantagens. Foram mais de 400 inscritos de todo canto do país. Uma beleza.
De cá, mediei uma mesa bonita sobre espaços formativos na edição e na revisão, com colegas de universidades e editoras.
Correu tudo bem, muitas comunicações e muito debate. Nossa mesa pode ser assistida aqui, assim como as outras, que ficaram gravadas no canal.
Alguns livros foram lançados por lá, entre eles o meu e o da profa. Luciana Salazar Salgado. Ficam as dicas.
A convite do meu colega e parceiro Ribamar Jr., nosso Ribas Ninja, professor fora do curva no Colégio Técnico de Floriano (UFPI), voltei ao Laboratório de Produção Textual (LPT) para participar de um evento nacional. Minha contribuição foi na forma de uma oficina para estudantes do EM e uma palestra para todo mundo que quisesse ouvir.
Foi muito legal, na companhia de outras colegas especiais, como a Katiúscia Brandão e a Márcia Mendonça.
Para fechar com chave-de-outro, olha onde fomos parar:
Visitamos o Parque Nacional da Serra da Capivara e fizemos um turismo a um só tempo ecológico e científico. No roteiro, Museu da Natureza e Museu do Homem Americano. Fascinante!
A palestra pode ser assistida aqui:
25 anos se passaram. Mais até. Em 1997, publiquei meu primeiro livro de poemas. O título era Poesinha, assim, bem diminutivo. E era em uma coleção chamada Poesia Orbital, iniciativa do poeta Marcelo Dolabela e sua trupe. Foi uma imensa alegria para a poeta iniciante.
Há alguns meses, um coletivo que homenageia o Dolabela, falecido recentemente, resolveu retomar a coleção e fazer novos volumes. É claro que aceitei o convite, até como uma forma de celebração da persistência que é preciso ter para me manter nessa selva que é a cena literária. Fui lá de novo. O título atual é Troca só de tamanho e cor. Fiz um passeio pelos meus 25 anos de produção e 10 livros, retomando a história do primeiro e me despedindo um pouco de certo traço poético.