Mês: novembro 2020

Encontro Marcado

Meses atrás, recebi um honroso e alegre convite para participar de um evento do Acervo de Escritores Mineiros, na UFMG, o Encontro Marcado. Muita gente legal já esteve lá, com a sorte de gravar ali naquele espaço mezzo museal, mezzo arquivo, em que tive o privilégio de pesquisar autoras, entre 2015 e 2016.

Claro que topei. O mediador seria o professor e escritor Kaio Carmona. E tenho certeza de que seria bacana demais. Mas… aí veio a pandemia.

A programação foi suspensa e o convite pairou. Muita coisa aconteceu nesse ínterim e eis que agora, em novembro, recebo um (re)convite feito pela profa. Myriam Ávila, atual diretora do AEM. Que maravilha!

Além de ser um encontro marcado para falar de literatura, num espaço como o Acervo, junto de gente tão bacana, a mediação será feita pela minha colega e parceira de pesquisas profa. Maria do Rosário Alves Pereira, que conhece meus livros, a despeito de ser colega. Não é irônico? É que costumam dizer que santo de casa não faz milagre, né? Mas no CEFET-MG conseguimos estabelecer parcerias muito respeitosas e cheias de admiração mútua.

Deu no jornal O Tempo.

O papo foi pelo YouTube do AEM. Só chegar.

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Passado e futuro

Em 2017, fui convidada a participar das discussões sobre o livro e a leitura na Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais, num evento na Assembleia Legislativa mineira. Deu frio na barriga, mas preparei um texto para aquela ocasião (aí embaixo, ó). Pena que estejamos sempre nos fazendo as mesmas perguntas e sempre precisando de forças para começar e recomeçar.

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20 contos da pandemia

Há alguns meses, o jornalista e escritor Rogério Tavares, atual presidente da Academia Mineira de Letras, me fez um convite irrecusável: escrever um conto relacionado à pandemia. De posse das regras do jogo, fui escrever. Em alguns dias, entreguei “Dois pontos”, e nem vou dar spoiler.

O conto integra uma bela coletânea de 20 contos sobre 2020, com autores e autoras mineiros/as. Que honra! E sairá numa parceria entre a AML e a Autêntica, uma das editoras mais relevantes do país. Bom, depois disso, veio o convite para uma conversa no Fórum do Amanhã, que acontecerá neste fim de semana (5 a 8 de novembro), na cidade de Tiradentes, MG. Será minha primeira atividade presencial nesse contexto de crise sanitária. Espero que dê tudo certo, dentro dos protocolos.

O próprio Rogério já escreveu sobre a coletânea no Diário do Comércio.

No site da Academia Mineira de Letras rolou uma nota com link para a transmissão.

Matéria sobre a programação do Fórum no O Tempo.

Canal com os vídeos do Fórum do Amanhã, incluindo nossa mesa às 10h de sábado.

Nota no jornal Rascunho.

Em março de 2021, na revista InComunidade, com direito a trecho selecionado.

Notinha no Digestivo Cultural.

Resenha do Gabriel Pinheiro em 2021.

Resenha do Luis Fernando Amâncio no Digestivo Cultural, maio 2021.

O prof. Luis Alberto Brandão indica o livro no programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa, ao tratar de instant books.

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Para baixar

Foi muito especial orientar um artista da imagem. Alexandre Jr. produziu uma dissertação de mestrado sobre urban sketching e mercado editorial. Aprendi muito com ele. A dissertação foi disponibilizada para leitura pelo autor.

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Jornada de Edição

A Jornada de Edição é um evento produzido a cada semestre pela turma que cursa o primeiro período do bacharelado em Letras do CEFET-MG. Sou a professora da disciplina Contexto Social e Profissional (essa matéria tem uma história curiosa…) e uma das coisas que peço é que os novatos e novatas convidem pessoas externas para debater a edição. Nada mal, né? Parece óbvio.

Fato é que o evento nunca falhou, mesmo quando estive de licença para capacitação. E as turmas se conhecem melhor, formam laços, trazem profissionais e pessoas interessantes para dentro do CEFET-MG e ficam mais conscientes do curso que escolheram fazer.

Ingrid Mello (Livraria do Belas) e Carol Magalhães (Quintal Edições) foram as convidadas da JE19

Neste 2020 esquisito, chegamos à JE 19 e tivemos de realizá-la virtualmente. A turma fez tudo: escolheu as convidadas, produziu, fez as peças de divulgação, escolheu plataformas, usou as redes sociais, etc. Uma graça. Acompanhei como espectadora e de vez em quando tirava uma ou outra dúvida que eles/elas tinham.

Dia 3 de novembro foi o dia! Tudo funcionou bem e mais de 200 pessoas visualizaram a Jornada. Foi muito afetuoso e gratificante. O vídeo ainda pode ser assistido no YouTube.

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Conexão Colômbia

A Colômbia é um país fascinante. Visitei algumas vezes e em todas firmei laços na literatura e na edição. Nesta quinta, teremos um encontro virtual em Medelín para falar do livro na América Latina.

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O que você não vê

O final de semana foi dedicado a assistir a dois documentários que pautaram muitas conversas entre colegas e amigos nas redes sociais (ironia…). Gastei algumas horas vendo The cleaners, um filme Alemanha/Brasil, de 2018, dirigido por Hans Block e Moritz Riesewieck (achei no Now), e The social dilemma (traduzido ao português como O dilema das redes), Estados Unidos, de 2020, dirigido por Jeff Orlowski (pela Netflix).

Meu interesse era bem mais do que entretenimento; tem a ver com meus interesses de trabalho e pesquisa há tempos. Assistir aos documentários um atrás do outro serviu um pouco para compará-los, mas também manteve um clima de mal-estar que eu nem supunha antes de ver.

The cleaners foi indicação do meu amigo Carlos d’Andréa (UFMG), depois que conversamos sobre uma matéria jornalística para a qual ele foi fonte. Gosto da perspectiva mais humanizada dele, que considera que reagimos, sim, que as coisas não são assim tão determinadas e determinísticas. Comentei com d’Andréa que a discussão se parece muito com outra, bem mais antiga, que polariza duas concepções de leitura e de leitor: passivo e ativo. Ou somos considerados/as vítimas, reféns, aqueles que não reagem à manipulação; ou bem somos aqueles capazes de reagir, de engenhar táticas e estratégias que nos emancipam, na melhor hipótese, ou que nos desenredam (literalmente), em hipótese mais tímida. Meu amigo fala em “usos táticos” das redes, esses que as pessoas (sempre elas, afinal) aprendem a “engambelar” o que as quer prender, oprimir, o que seja.

The social dilemma causou burburinho. Vi gente falando em encerrar suas contas em redes. O documentário, de estética multimodalmente mais viva e clara, apresenta depoimentos de homens e mulheres que trabalharam e trabalham em empresas como Google, Twitter, Pinterest, Instagram, Facebook, etc. e sabem como essas redes são pensadas por dentro, quais são as estratégias para comprar e vender nossa atenção, como fazer a conexão mais forte entre consumo e manipulação e assim vai. É talvez um dos exemplos de trabalho que mais evidências oferece sobre o link poderoso entre engenharias, psicologia, linguagem e ciências sociais em geral. Essa divisão besta que costumamos fazer entre áreas, inclusive rebaixando algumas delas, fica ali mais boba do que nunca.

Em The cleaners, o formato é semelhante, o visual é bem mais lúgubre, mas os depoimentos de executivos/as se misturam aos de funcionários/as nas Filipinas, contratados/as para filtrar o que vemos nas redes sociais, inclusive no YouTube. Quem controla a imensidão de vídeos e fotos que são postados, diariamente? Algoritmos e robôs não dão conta disso por razões semânticas. E estão a postos pessoas que assistem a coisas inomináveis, à taxa de 25 mil/dia, deletando ou ignorando tudo o que é postado por gente do mundo inteiro (uma especialista entrevistada comenta: quando você chama todo mundo a publicar… tem de responder às consequências). Isso inclui o trabalho invisível daqueles/as que decidem se transmissões ao vivo devem ser interrompidas, o que quer dizer filtrar suicídios, decapitações, estupros, etc.

As redes se perguntam se as estratégias para fisgar o/a usuário/a fazem bem a ele/ela? Eis uma questão proposta por The social dilemma. Atuar nessas empresas tem a ver com ética, com direitos humanos, com censura, com edição, com educação, etc. Que responsabilidades essas empresas de tecnologia têm sobre o que vemos, consumimos, lemos? E sobre notícias falsas, genocídios e eleições presidenciais que alteram as configurações mundiais? Não são empresas de mídia e jornalismo… são empresas de tecnologia, que é o que alegam sempre que são judicialmente questionadas ou processadas.

Os dois documentários são pesados, difíceis, graves, com maior peso para The cleaners, com cenas violentas. A discussão leva a conclusões pessimistas em ambos, a meu ver. The social dilemma ainda oferece “dicas”, ao final, sobre como minimizar os efeitos do vício que as redes podem causar. Não fez diferença demais em minha vida porque pratico algumas daquelas dicas faz tempo: jamais durmo com celular no quarto, notificações desligadas, etc. Mas meu filho… ah, meu filho… é certamente uma vítima. Como transformá-lo em alguém mais diligente, consciente e reativo? Não falaram nisso quando inventaram o tal “nativo digital”? Demos bobeira, hein?

Bom, estou pensando na perspectiva emancipatória, essa que considera a reação humana possível, o/a leitor/a ativo, perspicaz, tão inteligente quanto as redes. Mas que papel temos, professores/as e escolas, nessa cena? Para mim, temos um papel importante. Uma abordagem de letramentos pode ser útil, se incluirmos na paisagem as questões digitais. E não apenas essa que diz respeito a recursos, máquinas, ferramentas, mas essa mais profunda, que diz respeito às práticas, ao que aprendemos e fazemos, a como passamos a nos comunicar (impelidos e compelidos por templates prontos), a como vemos o mundo e as outras pessoas, em interlocução ou em constante choque. Precisamos ser espertos/expertos quanto a essas engenharias que implicam comunicação e mentes; e nem a moçada jovenzinha é. Talvez muito menos eles.

Questões postas nos documentários e que podem nos provocar:

Se virmos sempre as mesmas coisas, aquelas com as quais concordamos, o que será do senso crítico entre as novas gerações?

Quando é que uma imagem deve ser censurada e por quê?

Que relação isso tem com cultura (local) e com importância histórica?

Quando é que os usos de redes tornam-se vício?

Quanto das polarizações políticas é de responsabilidade das redes sociais/empresas de tecnologia?

Como podemos reagir a isso, lendo e produzindo conteúdos?

Há como reagir dentro das próprias redes, desenredando-nos e enredando-as?

Sair das redes nos causa alheamento ou protege?

Quem sai de fato ajuda numa possível nova configuração do mundo? Ou apenas abandona a trincheira? É uma guerra?

Não, não pretendo fazer uma grande e profunda análise desses documentários. Minhas impressões é que insistiram em sair por aqui, a provocar, quem sabe, uma boa conversa, implicada nos letramentos digitais e na educação de todo dia.

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O ar de uma teimosia

Recebi meus exemplares e estou ainda apaixonada pela lindeza de O ar de uma teimosia – trilhas da publicação em Clarice Lispector, Lúcia Machado de Almeida e Henriqueta Lisboa. O livro reúne textos meus sobre como essas autoras conseguiam publicar seus livros em meados do século XX, em tese momento mais difícil do que este que vivemos agora.

O ar e uma teimosia está à venda pela Macabéa Edições, com preço camarada e projeto gráfico lindo.

Já temos até comentário sobre ele aqui, pela Gabriella Nair, designer gráfico, gestora da Editora da UEMG e doutoranda nessa universidade.

O lançamento oficial será na programação da Flipoços, dia 15 de novembro, às 21h, num papo virtual com a querida colega e pesquisadora Maria do Rosário Alves Pereira.

Vira e mexe, alguém descobre este livro e fala dele, indica, recomenda.

No Instagram do Estilo Literário.

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Ana Elisa • 2020