Me encontrei com a crônica na escola, naqueles livros de série da Ática, em especial os Para Gostar de Ler, que acho que parte expressiva da população brasileira conhece.
E eu adorava, eu sentia um prazer danado lendo aquilo, eu copiava trechos do Rubem Braga, do Fernando Sabino e do Verissimo. Então eu acho que gosto e almejo a crônica há bastante tempo, o que talvez me tenha despertado um desejo de produzir crônicas. Isso deve ter sido um elemento-faísca: gente que lê e quer escrever.
Na virada do milênio, surgiram os blogs. Ainda sem caixinha de comentários, pouca interação, mas já era um espaço assim… uma espécie de “quarto todo meu”. E foi mesmo a partir da minha escrita diária num blog que o editor do Digestivo Cultural, uma das revistas eletrônicas mais longevas da web no Brasil, me chamou pra ocupar um espaço fixo. Isso foi em 2003 e eu lá estou até agora.
Então, resumindo a parada:
(1) a coluna no Digestivo Cultural tá lá desde 2003 (flutuando pelos dias, mas há muitos anos já às sextas e numa periodicidade imprevisível – por minha culpa. Desta coluna saíram dois livros, 2012 e 2013. Deve sair mais um neste 2021)
(2) em 2017 foi a vez de chegar como colunista fixa, mensal, na bela Revista Pessoa – Mombak, aí com um papo temático sobre línguas portuguesas.
(3) em 2021 passei a figurar entre os/as cronistas do Rascunho, às segundas terças-feiras de cada mês.
(4) em 2021, ainda mais recentemente, fui ocupar um espaço precioso no Blog da Relicário, às segundas quintas de cada mês. É a coluna Marca Página.
Será uma volta aos blogs? Não. É uma declaração de amor a essa escrita cotidiana, anotadinha, frequente, exercitada, que ocupa o dia a dia como comer e dormir. Mesmo sendo a prima pobre dos gêneros literários, é…, está aí a crônica ocupando espaços e chegando às pessoas, aqui e ali. Leiam cronistas. Há muitos e, principalmente, muitas.