Hoje, a Academia Mineira de Letras pôs no ar as leituras de poemas de Henriqueta Lisboa. Flávia Queiroz, Luciana Pimenta e eu lemos poemas selecionados da obra da escritora mineira. A curadoria foi do prof. Wander Melo Miranda. Aproveitemos!
Henriqueta – poeta, antologista, tradutora & – foi uma das mulheres que estudei entre 2015 e 2016, no estágio pós-doutoral em que estive no Pós-Lit UFMG, acessando lindamente o Acervo de Escritores Mineiros.
Na penúltima semana deste setembro florido acontece um webinário lindo na Universidade Federal do Rio de Janeiro. É o Literatura de Autoria Feminina. Várias mesas legais, entre elas uma sobre mulheres em edição. Participo com a querida Viviane, editora da Macabéa, com mediação da profa. Érica. Vai ser fino. O papo todo será pelo YouTube, de 21 a 24.
O colega de CEFET-MG, prof. José Muniz Jr., gravou várias entrevistas com revisoras e revisores de textos para uma disciplina que ministra. Serão empregadas na formação graduada, mas ficam disponíveis. A minha está aqui, é o sexto vídeo, e foi uma alegria participar deste bate-papo.
Eu e Carla Coscarelli produzimos, há alguns anos, um dos volumes dos Cadernos Viva Voz, da Faculdade de Letras da UFMG, com conversas com editores/as. Foi divertido. Não é nada sofisticado, mas tem sido uma publicação importante, há décadas, na FALE. Está disponível na página da instituição, grátis e para baixar.
Há alguns anos, venho pesquisando mulheres editoras no Brasil. E não vou falar de método ou de bibliografia. Vou falar dos meus sentimentos. Vivo sentindo coisas como insuficiência, impotência e vazio. Não chegam a me paralisar, mas são incômodos de uma pesquisadora realmente envolvida com seu tema e seus objetos. Sempre a sensação de que não sei nada, de que sei quase nada, de que encontrei algo importante, mas que não será possível descrever ou refletir sobre; impressão de que falo bobagens sobre o achado; sensação de que sei menos que todos/as e de que há muito sob aquela folhagem, mas que não conseguirei alcançar.
Seria mais cômodo, talvez mais fácil, procurar assuntos e métodos que já estivessem aí, disponíveis. Seria o caso de apenas pegar, recolher, continuar de algum ponto, complementar. Mas não dá mais para voltar atrás quando elegemos um assunto que nos parece tão relevante e tão necessário, embora pouca gente olhe para ele. Meu sentimento de que trato mal e poucamente de um grande tema não me deixa em paz.
Tive experiências recentes que se misturaram ao meu percurso de pesquisa no tema das mulheres editoras. Essas experiências me fizeram sentir mais e pensar bastante, sem me desencorajar. Uma foi a escrita de um ensaio para uma editora digital que admiro muito, a Zazie. Quanto tempo fiquei debruçada sobre uns textos, uns vídeos, uns pensamentos meus que saíam e voltavam, minha própria trajetória de pesquisadora insuficiente. O texto começava, esgarçava-se, partia-se em várias possibilidades, inconcluía-se e eu voltava a ele, depois de respeitar um intervalo de sanidade. Escrevi lentamente, aos pedaços desconexos, e somente depois de assistir à live com a profa. Eurídice Figueiredo, a escrita escorreu mais forte. Entreguei. Havia um prazo, já desrespeitado, e eu me incomodo muito com atrasos. Entreguei sem finalizar, é certo. Todo texto é isso, afinal. Mas não me desculpo por qualquer inconsistência, incoerência ou ausência; há algo que sempre escapa.
Tânia Diniz
A outra experiência está relacionada justamente ao objeto que pesquiso, essas mulheres que editaram e editam no Brasil, tão mal contadas. Bom, para falar da mineira Tânia Diniz, tive de ler, assistir a entrevistas, procurar parca bibliografia e falar com ela mesma, que sempre foi muito atenciosa e simpática comigo. Fiz isso enquanto escrevia um artigo sobre sua luta de décadas pela existência do mural Mulheres Emergentes.
Quando meu artigo ainda estava por sair, Tânia faleceu, vítima de um câncer que a desafiava havia anos, contra o qual ela lutou bravamente, mas que a venceu precocemente. Terrível. No artigo, me despedi dela em nota.
Lina Tâmega Peixoto
Agora, nesta semana que corre, faleceu a escritora Lina Tâmega Peixoto, mineira radicada em Brasília. Também li sobre ela, nos falamos por e-mail (ah, quando eu soube que ela era viva, que alegria!), vi suas fotos, estudei e escrevi. Produzi um artigo destacando uma experiência relevante de Lina como editora de um periódico literário histórico em Minas Gerais. De novo, antes de o texto sair, a poeta falece. Mais uma vez, redigirei uma nota de agradecimento e despedida.
A história dessas pioneiras ainda está com elas. Muitas estão vivas e seu pioneirismo é flagrante, flagrável em entrevistas pessoais. Isso é efeito de uma questão social, que permitiu a ocupação desses espaços por essas mulheres apenas recentemente, e é elemento caracterizador da minha pesquisa, que me põe diante das pessoas diretamente, e me faz lidar com suas partidas. Sinto, então, além da sensação de que nunca sei o suficiente sobre isso, uma angústia de quem corre contra o tempo, de quem pesquisa sobre bases frágeis, já que quase nada sobre a atuação de editoras dessas mulheres foi narrado ou devidamente documentado.
Que meus textos, breves e lacunares, sirvam ao menos de início para as devidas homenagens e dos reconhecimentos que as editoras pioneiras merecem.
Um perfil conhecidíssimo do Facebook e do Instagram é o da Nazaré, a orientadora. Bem-humorado demais. E um dia, eis que meu orientando João Xavier me conta que ELE é a Nazaré! kkk Quase morri. De rir, inclusive.
Hoje, Nazaré me chamou para uma conversa sobre livros, literatura e mercado editorial. Light, claro. E lá fomos.
Tarefas da Edição, pequena mediapédia, é um volume que reúne verbetes do campo da edição produzidos por pesquisadores de algumas instituições brasileiras. O livro é organizado por mim e pelo professor Cleber Cabral, resultado também de um estágio pós-doutoral que ele fez no POSLING\CEFET-MG, sob minha supervisão. O projeto gráfico é de Mário Vinícius, designer e pesquisador de doutorado da instituição, autor também do projeto do livro Minas Geográfica, lançado em 2019.
Este volume é fomentado pela Diretoria de Extensão e Desenvolvimento Comunitário do CEFET-MG, dentro do edital de eventos, sob a rubrica da FLIC 8, que acontecerá em outubro, virtualmente. Os exemplares impressos serão doados e o pdf ficará à disposição aqui e no site do curso de Letras.
Nesta segunda, 24/08, o grupo de estudos Mulheres na Edição celebra seu primeiro ano de atividades ininterruptas. Ou melhor, encerra essa comemoração, já que as atividades foram realizadas ao longo do mês, com oficinas e a produção de um colóquio.
Às 10h, as apresentações assíncronas de alguns trabalhos das/os participantes do grupo irão ao ar pelo YouTube. O caderno de resumos já está disponível aqui embaixo.
Às 17h, teremos uma live, no mesmo canal, com a profa. Eurídice Figueiredo (UFF), que debaterá com duas editoras: Cecília Castro (Luas) e Bianca Garcia (Macabéa). Um show, não? Aberto e gratuito.
A gente sempre faz um esforço danado para criar e manter estes espaços de debate. O Pensar Edição Fazer Livro está com chamada aberta. Se puderem, ajudem-nos a divulgar entre as pessoas interessadas em estudos de edição. Este ano, a novidade é que teremos uma sessão de trabalhos acadêmicos, além das mesas e bate-papos habituais. Convidamos um time de peso para compor as discussões, como sempre. Desta vez, diante da obrigação de fazer digital, abrimos as asas sobre a América Latina.