Eu me identifico, há muitos anos, apenas como Ana Elisa Ribeiro, mas tenho ainda outro nome de família no meio. Tá lá no Currículo Lattes, mas não gosto que espalhem. Não curto a rima pobre eira/eiro.
Minha atividade principal, aquela que declaro à Receita Federal e que paga todos os meus boletos, além de tomar imensa parte do meu tempo, é a de professora. Atuo nos ensinos superior e médio integrado do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, o CEFET-MG, centenária e prestigiosa instituição de ensino. Sou professora efetiva na sede, o campus I, em Belo Horizonte, desde 2006, onde ajudei a escrever uma história bonita: a fundação do curso de Letras (bacharelado em Tecnologias da Edição) e do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens, mestrado e doutorado, com particular atenção à linha IV (‘4, como gosto de grafar), Edição, Linguagem e Tecnologia, institucionalizando uma visão independente do que sejam os estudos de edição.
Esta matéria grandona do jornal Estado de Minas dá um pouco de ideia do nosso crescimento institucional e social.
Em agosto de 2020, depois de muito trabalho, passei à classe de Professora Titular, um reconhecimento bacana na carreira. A defesa contou com avaliadoras/or sensacionais: Ana Maria Nápoles Villela (CEFET-MG, presidente), Ana Cláudia Gruszynski (UFRGS), Carla Coscarelli (UFMG) e Luis Alberto Brandão (UFMG). Não gravamos as mais de quatro horas de apresentação e avaliação, mas deixo a seguir o Memorial que escrevi como um dos requisitos. Como a versão impressa dele tem muito mais graça e charme, aí vão também umas fotinhos.
Dei aula em escolas privadas de ensino fundamental; fundei cursos de especialização em revisão de textos e em produção editorial, nos quais também dei aulas. No CEFET-MG, trabalhei também nas engenharias e, por vários anos, na diretoria geral: na revista Educação & Tecnologia, na Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação e na Divulgação Científica e Tecnológica.
Atualmente, dou aulas, oriento pessoas no mestrado e no doutorado (linhas III e IV, isto é, em educação e em edição), além de supervisionar alguns pesquisadores em estágio pós-doutoral. Lidero, com colegas, alguns grupos de pesquisa, mas o mais ativo de produtivo deles é o Mulheres na Edição (com Paula Renata Melo Moreira e Maria do Rosário Alves Pereira, do CEFET-MG). Nossas pesquisas sobre mulheres na edição têm o apoio da Fapemig, que também já apoiou outros projetos dos quais participei. Os outros grupos são o Leitura, Escrita e Tecnologias Digitais (com Carla Coscarelli, UFMG) e o Escritas Profissionais e Processos de Edição (com Luciana Salazar Salgado, UFSCar). Outra agência apoiadora do meu trabalho é o CNPq, pela qual sou bolsista de produtividade. Além disso, escrevo bastante, o quanto posso, pois essa é minha atividade vital. Não paga as contas, mas mantém meus níveis de serotonina razoáveis.
Para fazer todas essas coisas, formei-me em Letras na Universidade Federal de Minas Gerais, obtendo diplomas de licenciatura e bacharelado. Fiz mestrado em Estudos Linguísticos (cognição, linguagem e cultura) e doutorado em Linguística Aplicada (linguagem e tecnologia). Depois de tantos anos, a gente desconfia dos trabalhos que fez, né, mas minha tese está aqui. Não achei minha dissertação no repositório da universidade.
Publiquei vários livros literários e técnicos, e alguns deles me deram indicações e prêmios, como o Jabuti (aliás, esse eu ganhei com um livro juvenil em 2022, veja a cerimônia de entrega no Teatro Municipal de São Paulo, ali pela 1h32); gosto muito de tecnologias digitais; adoro boas parcerias; não uso salto alto (nem na metáfora) e passo por aquela história do “teto de cristal” (mulheres conscientes entenderão).
Tenho um filho estudante de Psicologia da PUC Minas, fui casada duas vezes, tenho hoje um namorado espetacular, o Sérgio Karam, tradutor e doutor em literatura pela UFRGS. Sou muito ativa na minha vida profissional, então é fácil me achar. Eu adoraria me aposentar no tempo justo e passar a trabalhar seletivamente, produzindo muito mais literatura e ensaio, mas a cada governo que se sucede, no Brasil, meu sonho fica mais distante. O jeito, então, é ir fazendo na marra mesmo.
Este espaço é um grande repositório do meu trabalho, do que pude recuperar dele. Agradeço ao meu ex-aluno e fotógrafo oficial Adamo Alighieri por isto e ao Sérgio pela ajuda paciente na transposição das informações, linha a linha. Boas leituras!
Ah, se quiser escrever pra mim, não faça cerimônia: anadigital@gmail.com