Ontem, 6 de agosto de 2020, foi o dia em que reiniciei as aulas da pós-graduação, remotamente – ensino remoto emergencial, como tem sido chamado. Depois de meses tentando não sofrer com os debates, as decisões e as indecisões institucionais, abri novamente a discussão sobre letramentos, com 19 estudantes, entre regulares e matriculados especiais.
Minha primeira alegria da tarde foi receber todos/as de volta. Apesar de saber que alguns e algumas estavam em situação mais difícil, constatei que não havia baixas. Ao menos até ali.
Segundas e terceiras alegrias vieram. Uma delas foi ouvir que alguns/mas sentiram saudades. Outras disseram não ter sentido… porque acompanharam, o tempo todo, minhas incursões formativas pelo Instagram, por exemplo participando do projeto de extensão Aula Aberta.
Optei por um encontro síncrono de 2h, via RNP, um sistema de videoconferência federado, como penso que tem de ser. Funcionou bem, na maioria dos casos. Como as variáveis são muitas, algumas pessoas tiveram dificuldades de se manter on-line. É tudo muito precário, como sabemos: internet, equipamentos, compatibilidades, etc.
Juntos, muito juntos, decidimos vários pontos do novo cronograma, usamos as boas funcionalidades do sistema para nos dividir, definir pontos da disciplina, falar e ouvir, escrever colaborativamente e esclarecer dúvidas. Também falamos de como estão nossas vidas em casa.
Por aqui, trabalho com a janela quase voltada para uma rua relativamente movimentada. Passa de tudo: pamonha, abacaxi da massa amarela, pão quentinho, Yacult, 30 ovos por 10 reais, vassoura, mexerica, tudo em carros de som. De vez em quando, fecho meu microfone às pressas.
Ouvi várias situações, compartilhamos nossas questões e nos acalmamos. Haveremos de passar por isto. E conseguiremos aprender muito, ainda que deste jeito atabalhoado.