Recebi, recentemente, mais cotas de novas impressões de dois dos meus livros de poesia: Álbum e Dicionário de Imprecisões. Em ambos estão registradas as edições e a quantidade de reimpressões, que passa da segunda, nos dois casos. Chega a ser curioso.

No caso do Álbum, publicado pela maravilhosa Relicário Edições em 2018, a reimpressão deu uma ajustada nos contrastes da capa e nenhuma outra mudança. O livro parece seguir firme, naquele comportamento ‘sempre em frente’ dos livros que fazem seu caminho. É uma alegria quando a editora percebe e aposta na necessidade de reimpressão.

O Dicionário de Imprecisões é mais curioso porque uma impressão nunca é idêntica à outra. Como ele é feito com papéis e cores especiais, há sempre alguma diferença de tom, de falha, de mordida do clichê, de textura da capa, de corte. A edição mais recente tem um papel de capa mais liso do que a anterior, embora também meio cintilante. Isso tudo é uma característica muito peculiar e interessante da Impressões de Minas, que vem, cada vez mais, se especializando nessas sensações.

É claro que as tiragens são pequenas. Não estamos falando em tiragens de quatro dígitos. Estamos falando de algumas centenas por vez, o que não é pouco para obras poéticas, estigmatizadas que são no comércio. Aliás, o editor da Impressões vem questionando muito isso, enfrentando, inclusive.

De cá, nunca pensei em tiragens repetidas de livros de poesia meus. Sempre pensei neles como uma oferta que se esgota e pronto. Nunca mais. Foi o que fiz com os títulos anteriores, sem remorso algum. De uns anos para cá, tenho vivido essa alegria curiosa das novas tiragens, geralmente notícias dadas pelos editores com confiança renovada. Minha e deles. Viva a poesia, viva a edição de poesia, viva quem edita poesia neste país.

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