A Associação Brasileira de Editoras Universitárias e a UFSCar produziram um evento importante para discutir o livro de acesso aberto no âmbito da edição universitária. O convite para que eu falasse dos livros como tecnologias me deixou feliz, claro, mas também cheia de uma grande responsabilidade. São vários links para participação. Um deles é este.
Amar os livros, querer estudá-los como objetos e tecnologias, querer tratar dessas materialidades… às vezes parecia algo tão deslocado, estranho, excêntrico, uns anos atrás, neste Brasil. Era difícil achar interlocução para isso. Não raro, a gente levava até uns passa-fora… menos e mais elegantes, porque era necessário entrar espremida e enviesada nos eventos e nos periódicos de outras áreas.
Isso mudou. Houve uma transformação nos mercados editoriais, no campo, nas instituições, entre os/as pesquisadores/as, enfim. E agora é até relativamente fácil encontrar “nossa turma”. Está até mais atraente e interessante fazer isso.
Os colegas hispânicos sempre me pareceram estar mais atentos a essas questões. Há vários anos descobri, por exemplo, que precisaria ler em espanhol, se quisesse adentrar esses estudos de maneira mais consistente. Os cursos dessa língua que fiz na vida me valeram.
Nesta quarta, às 11h45 de Brasília, abro um evento lindo, charmoso, importante me Bogotá. Eu adoraria estar lá, como já estive, com objetivo semelhante. O que vou dizer está relacionado às pesquisas que venho executando desde 2015, sobre as mulheres no mercado da edição.
Encontrei muita interlocução, respeito e amizades entre esses e essas colegas. E seguimos. As inscrições para ouvintes estão aqui. Para assistir pelo YouTube, aqui.
Lá pelas tantas estou (perdoem o portunhol selvagem):
Há meses a profa. Marisa Midori (USP) entrou em contato para que ajudássemos a construir um evento sobre a Lei Lang ou Lei do preço fixo, que não vigora no Brasil, mas está há tempos em discussão. Com a ameaça de taxação dos livros, o assunto voltou forte à cena. Outros países têm experiências para contar, como é o caso da França, onde Lang implementou a ideia. A programação está bem bonita. Vários e várias colegas debaterão assuntos fundamentais para a bibliodiversidade no país. Na sexta, estarei no debate falando das tecnologias do livro, hoje.
Não somos italianistas (bem que eu queria… fiz três semestres na Faculdade de Letras da UFMG), mas podemos falar algo sobre materiais didáticos. Vai ser uma alegria estar com estes colegas neste evento. Grata ao convite.
Nesta semana, vou bater um papo com estudantes e colegas da Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais, sobre revisão de textos. Dá sempre um prazer a mais quando a gente fala dessas coisas que nos interessam há tanto tempo. Fui e sou revisora. Tem jeito de deixar de ser? O olhar, quando se afia e refina, não recua. Ou recua? Estou com ótima expectativa.
Missão cumprida, mais uma vez. A gente vai indo, vai indo e chega. Neste 2021, mais uma vez, eu e Nathan batemos uns papos, nos fizemos companhia e botamos o PEFL de pé. Tudo on-line, claro, respeitando a situação de crise sanitária atual… e também o fato de que agora estamos em cidades diferentes: eu em BH e ele, em Santo André, SP.
Uns posts atrás, falei da programação. Tivemos algumas baixas de última hora e elas fizeram falta, mas o evento seguiu lindamente. Dois lançamentos de livros, com direito a matéria na Folha de S.Paulo no mesmo dia; uma conferência de abertura bem bacana com a profa. Marisa Midori; algumas mesas aconchegantes; e uma oficina bem bacana com a turma do Fazia Poesia.
Com amigos transparentes as coisas ficam até parecendo fáceis.
A gente agradeceu o CEFET-MG, que nos apoiou oficialmente por meio de um edital de extensão, mas de fato não conseguimos executar o edital por razões que nos escaparam completamente. Mesmo assim a gente agradece.
Bom, de todo modo, agradecemos demais às estagiárias do Aula Aberta, outro projeto de extensão do CEFET-MG, que foram emprestadas ao PEFL 5 por algumas horas. Elas são sempre competentíssimas e chiquérrimas: Alícia Teodoro, Marsília de Cássia, Carol Vasconcelos e Angela Vasconcelos. Chique demais, como diz a Marsília.
Recebi uma mensagem superlegal do Aluísio Cavalcante, da turma da Casa da Árvore, em Poços de Caldas. O que eles fazem? Pensam e atuam sobre a formação de leitores. Vê se não vou querer entrar nesta?
Depois que eu já havia topado o papo, descobri que só teria boas companhias. Adorei.
A esta altura do milênio, ainda nos vemos às voltas com uma discussão como esta: impostos sobre livros. Em vez de facilitar e democratizar, sempre há quem prefira dificultar. Haja energia para esse retrocesso.
A ALMG não está parada. Há coisa de duas semanas, o assessor da deputada Beatriz Cerqueira, Luis Carlos, entrou em contato comigo para que eu participasse do debate sobre a taxação do livro proposta pelo governo federal que aí está. O pedido de minha participação passou também pelo prof. Luciano Mendes, um dínamo nessa luta toda.
Eu não tinha condições de estar na reunião, que seria dia 2 de junho, remotamente. Mas aí o Luis me pediu para escrever uma carta, ao menos isso, para ser lida em plenário. Atendi a isso com alegria.
Não é a primeira vez que vou até a ALMG participar de algo ligado à cultura e à educação. Faço isso com garra, quando sou convocada.
Outras e outros colegas participaram do debate, como se pode ver no vídeo da TV Assembleia. Nesse sentido, não fiz a menor falta. Estava lá, por exemplo, a editora guerreira Cecília Castro.
Veja-se a notícia e deixo minha carta disponível aqui. E esta.
Na semana que passou, estive virtualmente na Universidad Nacional Autónomo de México (UNAM), a convite da querida Marina Garone Gravier, uma enorme pesquisadora argentino-mexicana. Ela é dessas pessoas-hub, integradoras, generosas, fazedoras de pontes. E minha missão foi falar um pouco sobre nossas pesquisas sobre edição no Brasil. É claro que fui incompleta, injusta, lacunar, mas quem não seria? E é claro que puxei a sardinha pra brasa do nosso grupo bonito, no CEFET-MG.
Há bem mais de uma década que me envolvi com os estudos da multimodalidade, lendo, relendo e trelendo Gunther Kress e colegas diretamente, espiando o que se disse sobre a obra dele e sobre a abordagem nos textos de colegas, pensando, repensando e escrevendo, anotando, reescrevendo.
Depois que a gente sente aquele match com a abordagem multimodal, nunca mais o mundo é o mesmo. O olho se abre, se amplia, tudo é texto e tudo é multimodal, até o que parecia que não era. E eu, que já era da edição, que já tinha amizade com o design, muito antes de conhecer a sociossemiótica, senti que havia encontrado minha metade da laranja.
O fato é que a gente se transforma na loka dos cards, dos memes, da caixa de chocolate, da instrução de jogo, da embalagem de sabonete, da capa de livro, do cartaz de divulgação, etc. etc. etc. Tudo vira coisa para pegar, capturar, printar, guardar para uma boa oportunidade.
É claro que estar no campo da edição torna as coisas ainda mais específicas, já que a gente conhece por dentro os processos e pode ter uma visão do avesso e do direito. É sensacional.
Acabei de baixar um card que me chegou via WhatsApp. A gana é a de pesquisar, analisar, explicar. Que delícia é isso!
Bom, das últimas coisas que andei fazendo foi produzir um artigo sobre uma campanha em vídeo. Difícil! Deve sair em breve. A revista (uma ótima revista) já aprovou. O livro novo, Multimodalidade, Textos e Tecnologias (Parábola, 2021), tem capítulos que escrevi bem recentemente sobre isso (entre outros menos recentes). Já a revista Triângulo (UFTM) publicou uns exercícios que andei fazendo. Não me canso disso! E sigamos.