Este ano, escrevi dois textos que me incomodavam fazia tempo. São dois textos provocados por outros dois textos e centenas de seus ecos – às vezes não passam de ecos mesmo, meras repetições; outras vezes são mais que isso, são diálogo, são reflexão. São dois textos que mudaram muita coisa por aí, em especial em nosso contexto educacional e de pesquisa. Dois textos que me provocam pelo que eles provocaram.

Duas revistas toparam publicar estes meus dois textos, mesmo que eles fossem uma mirada meio crítica de dois textos que são amplamente aceitos, eu diria até que são, hoje, o discurso hegemônico em educação e tecnologia. Acho que cumpri minha missão de dizer o que disse, mas, principalmente, consegui aliviar algo que ficava engasgado.

O primeiro deles é minha leitura interessada e detalhada do texto que trouxe para nós, meio enviesadamente, a ideia de “nativo digital”. Noção que sempre me despertou muita desconfiança, à qual jamais aderi, mas que se tornou o esteio de muitas pesquisas e muitos discursos no Brasil. Em muitos casos, foi pior: tornou-se pressuposto, premissa. Veio a pandemia e…

O segundo é uma leitura o mais acurada possível do manifesto da Pedagogia dos Multiletramentos, documento produzido por um grupo de dez pesquisadores/as, depois de uma reunião inicial ocorrida em 1994, e publicado em 1996, em uma revista de uma renomada instituição americana.

Do fosso às pontes está na Revista da ABRALIN e talvez ajude a pensar sobre essa questão da natividade. Minha proposta inclui García Canclini, tal como faz Roxane Rojo.

Que futuros redesenhamos? está na revista Diálogo das Letras, que me publicou como professora convidada, o que me trouxe muita alegria. Era urgente, para mim, fazer esta leitura do manifesto da Pedagogia dos Multiletramentos (que até no título faz lembrar Paulo Freire…) e acho que talvez seja mesmo o momento de entender em que ideias a BNCC se inspira. Sem este elo… a compreensão fica difícil.

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