O evento ABRALIN ao Vivo foi encerrado pela profa. Magda Soares, uma das pesquisadoras mais respeitadas do país por seus trabalhos sobre leitura, letramento e alfabetização. Formada em Letras, com pós-graduação em Educação, ela é investigadora da Universidade Federal de Minas Gerais, fundadora do CEALE, com profundas incursões pelas salas de aula de verdade, na educação básica.

Leio seus livros, seus artigos. Não são inúmeros, mas têm alto impacto. Coisa de quem estudou, estudou e estudou e escreveu (e não o contrário). Fui privilegiada, um dia: ela foi membro de minha banca de doutorado, em março de 2008, uma das últimas de que topou participar.

Magda preparou uma palestra para a ABRALIN e ficou cerca de duas horas tratando de alfabetizar e alfaletrar. Mostrou exemplos de crianças reais e expôs seu trabalho de décadas na rede pública de uma cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, junto a crianças e professoras cujas condições de estudo e trabalho são precárias, como na maior parte do país.

Quero recomendar a conferência da profa. Magda Soares. E quero comentar alguns elementos de sua apresentação, detalhes que a humanizam e aproximam, e que me tocaram muito: sua relação com o computador e com a produção de uma live, certo desajeitamento, mas muito determinada e disposta; sua forma incisiva, mas jamais arrogante de dizer o que sabe; sua insistência em falar da sala de aula, das crianças e professoras reais de camadas desfavorecidas; sua crítica às bases sobre as quais a BNCC foi erigida, em especial para séries mais iniciais, no que concordo com ela; e seu susto quando a mediadora, profa. Eliane, a informa sobre o número de pessoas que assistiram à sua palestra. Eram cinco mil participantes síncronos/as, provavelmente a maior palestra do evento e talvez a maior da vida da pesquisadora. Magda se assusta (ouvimos sua exclamação) com o número e chora, diante da câmera, ao agradecer a todos/as. Hoje, são quase sessenta mil visualizações nesse vídeo. Isso não é só sucesso, é reconhecimento, é uma vida inteira de dedicação, em condições sérias de trabalho e pesquisa.

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