Mês: abril 2023

CEFET-MG no topo

A notícia é que o CEFET-MG encabeça a lista dos melhores da rede de institutos e cefets. De fato, essa instituição centenária tem feito um belo trabalho. É uma alegria fazer parte disso, de algum modo.

Na rede federal de ensino como um todo, a situação não é ruim. O CEFET-MG ocupa o 33o lugar. Nada mal, hein? Seguimos firmes.

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Medalha da Inconfidência

Há coisas com as quais a gente sonha. Vê na imprensa, vê na tevê, desde criança, e pensa: poxa, será que um dia eu…? Geralmente, são acontecimentos que parecem de outro planeta. E podem ser mesmo.

A Medalha da Inconfidência é uma condecoração que o estado de Minas Gerais dá há décadas (desde meados do século passado, saiba mais), sempre em abril, e independe de quem esteja no governo. É, portanto, uma comenda de estado. De vez em quando ela “agarra”, como dizemos aqui, mas sai. E com ela eu nunca sonhei, de tão de outro mundo que ela me parecia.

Ocorre que, em 2022, eu soube que seria indicada para receber essa comenda. E achei bom, claro, pelo reconhecimento do meu incansável trabalho de formiguinha na cultura e na educação. Mas também achei curioso, engraçado, meio estranho: será que é comigo isso, gente?

Um amigo, ao saber dessa comenda, me mandou uma mensagem pelas redes sociais em que dizia: Ana Elisa provando que trabalhar muito compensa. Bem, eu logo corri para dizer a ele que mais ou menos. Não sei realmente se compensa, mas de vez em quando alguém nota. E faz tempo que eu decidi que trabalharia muito, muito. Tanto, mas tanto que seria difícil ficar tão invisível, ser tão ignorada. Mesmo assim, não é sempre que alguém percebe, ou seja, não é linear e nem é o tal do “mérito”, falácia em que alguns caem.

Receber a Medalha da Inconfidência, uma honraria que o estado de Minas Gerais oferece, nunca esteve no meu horizonte. Não sou herdeira de intelectualidade alguma, não nasci em berço dourado, moro longe da zona mais prestigiosa da cidade. Tudo isso sempre me pareceu longínquo, mas… quando acontece uma coisa assim, a gente chega a pensar que é possível intervir, é possível ter voz (e letra).

A Medalha foi entregue com atraso de cerca de 1 ano, no salão nobre da Assembleia Legislativa de Minas Gerais – ALMG, dia 18 de abril de 2023. Meu filho esteve lá comigo e tirou umas fotos, além de me ver com o colar de tecido vermelho.

Aqui está um vídeo da TV Assembleia no dia da entrega. Posto abaixo uma foto oficial tirada pela equipe de lá.

Estou grata à comissão que fez minha indicação em 2022; sei que isso partiu da Academia Mineira de Letras, instituição à qual também estou grata; e estou tranquila que isso não passe por uma decisão de quem, afinal, não gosta nem de cultura nem de educação, que são as duas áreas às quais me dedico enormemente.

Foto oficial de Luiz Santana ALMG

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Textos intensos

Nas últimas semanas, três textos que escrevi, todos com jeito de crônica, foram publicados em três espaços que respeito muito. O Blog da Parábola Editorial, minha editora do coração; o jornal Rascunho, onde tenho uma coluna fixa mensal; e a Revista Ponte, que publica divulgação científica de primeira. Cada texto teve sua lavra, mas explico assim (todos são de acesso aberto e gratuito):

O texto da Revista Ponte resulta de uma fala em um evento acadêmico. Me deu vontade de registrar o que eu disse, então escrevi nesta forma mais livre do que um texto mais acadêmico. Está em uma revista que faz divulgação da ciência, o que considero sempre muito bem-vindo. Trata-se de um texto sobre a revisão de textos literários.

A crônica do Rascunho valeu como um desabafo, depois de algumas ocorrências de violência extrema em escolas brasileiras. Sabemos que há violências nas escolas todos os dias, de muitas maneiras, desde sempre, mas estamos assistindo a algo muito mais radical e complexo. Este texto breve e intenso, intitulado “Há quem agradeça“, circulou bastante e recebi muitos apertos de mão por ele.

O texto que saiu no Blog da Parábola foi escrito num jorro, depois que passei muitas semanas pensando nos processos com meus estudantes do ensino médio, para os quais ministro aulas de Redação, toda quarta-feira. O editor da Parábola perguntou e eu lasquei esta reflexão sobre aprender a escrever melhor, em três passos.

Não importa muito o quê. Gosto muito de escrever, de sentir que estou tecendo um tapete de fios muito juntos, mas também muito claros. Se serve bem às pessoas que leem, melhor ainda.

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Aula Aberta no 220v

A semana será animada, ao menos no projeto de extensão Aula Aberta, que voltou com tudo nas atividades presenciais e vem tratando dos temas da edição. O escritor Luca Creido (BH) e a designer Gabriela Araújo (Recife, PE) são os convidados das duas próximas rodadas. O evento é aberto ao público, gratuito e emite certificados. No caso da Gabriela, será on-line (no canal do Aula Aberta) e as inscrições devem ser feitas aqui.

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Fake news, pós-verdade e linguagem

Há alguns meses, recebi o generoso convite para escrever com duas admiradas colegas pesquisadoras: Jaqueline Lé (UFRB) e Úrsula Anecleto (UEFS), ambas de universidades baianas, linguistas dedicadas. É claro que minha contribuição ao tema da desinformação ou da desordem informacional seria pequena, mas elas toparam mesmo assim e lá fomos nós participar do dossiê do prof. Júlio Araúj0 (UFC), publicação da importante revista Linguagem em Foco (UECE). Nosso texto é este.

Em abril, foi o momento de celebrar, reunir pessoas e falar dos textos. Participamos as três de uma live do Digital, grupo de pesquisa da UFC coordenado pelo Júlio. Foi muito legal e contou com um público interessado, mesmo em véspera de feriado.

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Edição s.f. Um verbete expandido

Está disponível gratuitamente a versão em pdf do primeiro livro da Entretantas Edições. Edição s.f. foi produzido a muitas mãos por pesquisadores e pesquisadoras da edição (mestrado e doutorado), na linha IV do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens do CEFET-MG. A partir das discussões de uma disciplina sobre livro e tecnologia, pusemos as mãos na massa.

O Verbetão, como foi carinhosamente chamado, é de autoria coletiva, organizado pelas pesquisadoras e editoras Samara Coutinho, Cecília Castro e Ana Elisa Ribeiro. O livro pode ser compartilhado livremente. Se for lido e inspirar outras pesquisas, deve ser sempre corretamente citado.

A venda do exemplar físico foi feita entre agosto de 2022 e maio de 2023. Duas edições de papel circularam. Baixe e compartilhe! Fique de olho no catálogo da Entrentantas.

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GT no CIACT23

Hoje recebemos uma pá de resumos dos trabalhos submetidos aos grupos que comporão o CIACT, evento sobre artes digitais que acontece em BH, sob a batuta da UEMG, na pessoa do ligadaço prof. Pablo Gobira.

Há alguns anos venho colaborando com ele, sempre na proposição de GTs. Me arrisco ali nas aventuras do livro e da leitura, nas relações da produção editorial e da leitura com as tecnologias. E tem dado certo. Os GTs acontecem, atraem pessoas e boas discussões.

No congresso passado, fizemos tudo virtualmente por conta da pandemia, que ainda ia apertada. Em 2023 o congresso voltará a ser presencial, e nosso GT8, sobre materialidades e circulações do livro, acontecerá em algum espaço físico. Desta vez, propus parceria a dois colegas incríveis, ambos meus ex-orientandos de doutorado, dra. Pollyanna Vecchio (servidora do CEFET-MG), e dr. Marcos Roberto do Nascimento (PUC Minas). São duas pessoas comprometidas e fazedeiras, como gosto.

Nosso GT foi aprovado, em uma primeira etapa de composição do evento. Depois de alguma espera, recebemos resumos nossos e de outros GTs para avaliar. Já temos a noção de que há quorum e estamos felizes em imaginar que nos encontraremos de novo com pessoas que virão a BH debater livro, leitura e tecnologia. Que venham! Estamos animados para programar nosso GT, receber nossos colegas e coordenar dias intensos de discussão qualificada.

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Clarice e eu na Folhas de Relva

Há alguns meses, recebi um convite interessante do Alexandre Staut, escritor e editor da Folhas de Relva, uma editora independente sediada em São Paulo. Como não topar a encomenda? Prosadores/as de todo o país deveriam escolher um autor ou autora consagrado/a com quem brincar num conto cujo título necessariamente seria uma frase no gerúndio.

Topei na hora. Não sabia ainda o que fazer, mas é assim mesmo que funciona. A gente primeiro diz sim, depois se vira.

Na sequência, escolhi Clarice Lispector. O susto foi que ninguém a havia escolhido ainda! Então pensei: estava reservada para mim. E fui recuperar algumas coisas de arquivo e correspondência que eu tinha sobre ela. Como resultado, publiquei na antologia um conto sobre os pesadelos que a autora confidencia à irmã, por carta, décadas atrás.

A antologia pode ser adquirida aqui. E vale a pena conhecer.

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Ana Elisa • 2020