Categoria: Ensino Page 2 of 3

Do baú

De vez em quando, encontro uns textos que escrevi há tempos e fico com medo deles. É impossível não me confrontar hoje com o que eu pensava e escrevia ontem ou anteontem. Autores e autoras importantes, geralmente estrangeiros/as, publicam seus livros e os repensam, ao longo do tempo. Nas edições mais recentes de certas obras, há prefácios acumulados em que o doutor ou a doutora explicam as mudanças em suas teorias ou propostas, ao longo do tempo, vez que continuaram a pensar e repensar, na interação com colegas e estudantes. Uma beleza, não? Infelizmente, temos pouca oportunidade de fazer isso por aqui.

Estes dias, dando uma oficina de produção de textos para a graduação, precisei indicar dois textos sobre a noção de hipertexto. Os links foram de um verbete que tive a honra de escrever para a Enciclopédia do Ceale (UFMG), anos atrás, e um artigo que publiquei em um evento em Uberlândia, MG, em 2006. Ai, que medo! Mas até que eu não dei muita bola fora. Meu ‘jeito de pensar’ já estava lá.

Também reencontrei um texto que publiquei, a convite da Prodemge, na revista Fonte, se me lembro bem. Reli agora esse artigo meio furioso, repleto de vozes alheias (coisa que faço com mais parcimônia, hoje em dia), e achei que não estava errada, àquela altura. Éramos bem otimistas… mas eu já era uma desconfiada incorrigível. Será que é porque sempre estive dentro ou muito perto da escola básica? Por que a escola não protagonizou no tema das tecnologias? Por que o Brasil não protagoniza quase nunca, em educação? Que coisa… É bom quando a gente não se envergonha completamente do que escreveu tempos atrás, mas é triste quando a gente verifica que a situação não mudou para melhor, até o contrário. Que pena.

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Fevereiro chegou

Que loucura! Pensar que, um ano atrás, as pessoas se preparavam para se aglomerar na rua, durante o Carnaval. Agora… estamos aí, completando um ano de pandemia. E numa segunda onda avassaladora.

Nesta primeira semana de fevereiro, além das reuniões ordinárias e das aulas síncronas e assíncronas, haverá uma reunião inaugural com a Academia Mineira de Letras sobre o Acordo firmado com o Posling. Vamos definir o início dos trabalhos de pesquisa no belo acervo sob a guarda deles.

Também estrearei uma coluna no blog da Relicário Edições, casa publicadora do meu Álbum e da qual sou fã declarada. Estou grata e honrada com este convite. Além disso, darei um curso rapidíssimo sobre linguagem inclusiva, assunto que andou me procurando por estes tempos. Foi um convite da Translators101, de São Paulo, a partir de um texto que escrevi para a Revista Pessoa. Olha a rede!

Escrevi umas notas sobre as aulas de oficina de leitura e produção de textos na graduação em Letras. Transfiro-as para cá. E que tenhamos um mês viável.

Crop de Woman writing at a table, de Thomas Pollock Anshutz (séc. XIX-XX)

NOTAS sobre uma oficina de textos na pandemia

Professores e professoras têm lidado muito com o binômio síncrono/assíncrono. Já era meio assim na escola, antes deste bem-sucedido vírus, mas a distribuição dos tempos era diferente, com algumas sobreposições que favoreciam aqui e desfavoreciam ali.

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Além de lidar com sincronia/assincronia, quero lidar com pertinências e proveitos. Faço questão. Considerando também que a assincronia seja menos excludente.

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Ministrar uma oficina de leitura e produção de textos remotamente não é nenhuma novidade. Fiz uma assim, literária, em 2004, por exemplo. E funcionava bem, desde que eu fosse disciplinada, cumprisse as atividades dentro do prazo e participasse ativamente da conversa. Sem isso, não funciona nem on-line, nem off-line.

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Nesta semana, terei um encontro síncrono com estudantes de Letras que cursam uma oficina de textos informativos. Faz sentido porque eles já investiram o tempo de duas semanas anteriores pesquisando, lendo e produzindo o texto solicitado. E foi solicitado com objetividade, presteza, rigor e nitidez, tanto quanto possível por escrito.

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Vamos discutir tanto o processo de produção de cada pessoa, intercorrências e dúvidas, quanto os produtos, isto é, os textos. Vamos saber em que resultou a proposta. Aí faz sentido. Temos algo em que nos basear, inclusive para dar exemplos e contraexemplos, pegar ganchos onde há itens interessantes, para o bem e para o mal.

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Lendo e estudando o material que eles entregaram, é relativamente fácil perceber dúvidas frequentes, reiterados problemas, incluindo alguns elementos em que eles simplesmente nunca pensaram. Ou experiências que nunca tiveram.

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Meu preparo para um encontro desses vai muito mais denso e creio que faça muito sentido para todos e todas nós. Vejamos.

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É particularmente bonito ver as pessoas perdendo alguns medos e deixando-os para trás. A maioria sequer espia no retrovisor.

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Dar oficinas de texto

As aulas voltaram. Digo, as que damos mediadas por computador. São aulas que precisam de planejamento, execução e feedback, até mais do que aquelas que damos no prédio da escola. Eu gosto. Há coisas de que gosto mais aqui do que lá, embora externar essas coisas seja um risco estranho. Azar, eu gosto.

Estava ali começando uma oficina de produção de textos. Ela será ministrada remotamente, mas em contato constante com dezenas de estudantes de Letras. Eu gosto muito de trabalhar com textos. Prefiro escrever do que ensinar, e às vezes acho que isso não se ensina propriamente, mas existem oportunidades de favorecer, estimular, dirigir. E gosto disso. Faço com raro prazer.

Gosto de compor as atividades, de pensar nelas, de imaginar que efeitos elas precisam ter, de ver que efeito elas realmente causam. É minha atividade favorita entre as coisas da docência.

Uma oficina de textos precisa de alguns elementos básicos, um deles é “gente engajada”. Se quem está ali não quer escrever… fica impossível. Deve ser o caso de alguns dos matriculados, mas não se pode fazer nada quanto a isso. Minha missão é provocar escritas ali, dentro de um espectro dado pela ementa e pela matriz do curso. No momento, estamos lidando com uma gama de textos informativos. Delícia.

Uma oficina se faz com interação. E ela não precisa ser no cara a cara. As pessoas precisam se ler, trocar textos e dar feedbacks. Sem isso nenhuma oficina funciona, sequer se as pessoas estiverem presas na mesma sala, como costumam estar na escola. Para escrever textos são importantes alguns itens, como fontes onde pesquisar, horas de pensamento, tempos de tentativa e apagamento, revisões, etc. Mas isso é um delírio. Só que eu sempre quero que não seja.

Eu estava ali propondo algumas coisas, começando por umas leituras que devem provocar respostas escritas. Já é alguma coisa. Como gosto! Como acho importante! No computador, consigo enviar a proposta e deixar que as pessoas se enrolem com elas, se incomodem, se enrosquem, se resolvam e depois postem para todos verem. Quando dou oficina em sala de aula física, o tempo ali fica meio perdido… porque as pessoas raramente podem escrever de verdade naquela situação, em especial os textos complexos que pedimos. Seria o caso de aqueles momentos compulsórios de presencialidade física poderem ser usados apenas para o debate… mas isso não existe. Então sigamos do jeito que dá. E que a escrita nos leve longe.

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Os primeiros dias do ano

2021 entrou. Chutou a porta, mesmo sob a resistência de 2020, um ano gosmento, pegajoso. E tenho vivido um intenso conflito: não gosto da vida antes de 2020, mas temo gostar menos ainda dela depois. Como viver com isso? Este durante que a pandemia trouxe me parece uma travessia, algo efêmero, mas muito intenso. Eu só queria ter certeza de que do lado de lá é melhor. É pedir muito, eu sei.

Ando pensando na volta às aulas presenciais, nas aulas remotas compulsórias, nos períodos enormes sem férias, na batalha dos estudantes sumariamente excluídos do sistema escolar pela falta de tecnologias digitais. Tenho pensado em como tive a sensação rara de administrar melhor meu tempo, já que não tinha de perdê-lo pegando trânsitos, engarrafamentos, filas de entrada no campus, reuniões intermináveis, etc. Quanto eu desperdiçava naquela vida! Hoje, desperdiço menos, em muitos sentidos, mas também não vivo certas trocas que apenas o presencial provê ou permite.

Será que vamos entender que não se trata de uma substituição? (Quando deixar efetivamente de ser uma…) Será que aprendemos algo e que poderemos, diligentemente, fazer melhor do que já fazíamos? Será que estamos atentos e atentas às práticas que são mais inteligentes? Minha resposta tem sido sempre um desanimado e desesperançoso ‘não’.

Eu não devia me abrir assim. Dos professores e das professoras é cobrada uma fé cega, não é? Como se nunca pudéssemos esmorecer diante de desafios pesados. Este país é um desafio horripilante, por exemplo, para quem se forma professor. Nenhuma faculdade nos fala abertamente sobre a real situação; e talvez raros professores e professoras do ensino superior tenham posto os pés no chão da fábrica. Como saber?

Tenho pensando que gostaria de estar de férias em janeiro… mas a decisões tomadas pela instituição nos puniram duplamente. É assim que sinto, mesmo que a intenção tenha sido outra e boa. Sem férias, sem estrutura e com medo, é assim que recomeçamos. E recomeçaremos e o baile seguirá, eu sei.

Retomemos o trabalhos, sempre do melhor modo possível. E com saúde, que tem sido o que mais interessa. Feliz 2021 letivo a todos/as.

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Mesclas e equilíbrios

Na graduação e na pós, nesta com mais liberdade do que naquela, a gente lida com pelo menos dois tipos de disciplinas: as obrigatórias e as optativas. Geralmente, visto de dentro, isso quer dizer que oferecemos matérias fixas e previstas na matriz curricular, essas que são de eixo e que definem, juntas, um curso, uma formação; e matérias que podemos “inventar”, propor a cada semestre, a fim de dar vazão a assuntos e questões que uma matriz curricular demora muito a absorver.

É uma mescla interessante entre o passo lento do que precisa ser estabelecido e pensado e o passo ágil dos ventos que sopram, aqui e ali, e que não podemos deixar passar batidos. Ao mesmo tempo que podemos omitir debates presentes, caso não façamos essas propostas atuais, podemos ser acusados de modismos, quando fazemos demais. É um equilíbrio necessário e muito interessante.

Tive algumas oportunidades de participar da criação, composição e implementação de cursos de graduação e pós (lato e stricto sensu). É um trabalho sério, difícil, comprometido, que, em larga medida, exige atenção ao presente, ao passado e ao futuro. Fiz em instituições privadas e públicas, sendo estas bem menos afetadas pelas pressões do capital e da moda. Há coisas que fazemos justamente para deixar, para doar.

Como se configura um curso de Letras, por exemplo? E como configurar um curso de Letras em edição? Eram perguntas que nos fazíamos, e que nos obrigaram a uma tentativa de prática que nem mesmo nós tínhamos. É uma aposta séria, com riscos medidos. E sofreremos sempre críticas e nunca mais deixaremos de ajustar e ajustar e ajustar. Não é assim mesmo?

Meu 2020 não terminará tão cedo, do ponto de vista profissional. 2021 entrará, inexorável, e eu estarei ainda pagando o segundo semestre do ano triste da pandemia. Isso sempre me incomoda em outras situações, e continua me incomodando muito. Sinto como uma espécie de castigo por algo que não foi escolha minha. Mas enfim, desde crianças lidamos com essas coisas.

Em 2021, janeiro, começarei algumas disciplinas do segundo semestre de 2020. Uma delas tem me alegrado muito porque será um consórcio muito afetuoso e disponível entre colegas da Argentina e nós aqui. É uma dessas matérias optativas da pós (mestrado e doutorado) e a compusemos para discutir aspectos de gênero, feminismos e o mundo do livro. O esquema será todo virtual, como já poderia ter sido há muito tempo, mas precisou desta pandemia para ser vislumbrado.

Outra optativa que propus é sobre a multimodalidade e a BNCC, relação que venho estudando há algum tempo, inclusive com algumas publicações que tocam no assunto. É absolutamente urgente debater sobre isso, não? A implementação inteligente e crítica da BNCC (ou não) tem relação forte com uma compreensão sobre ela, e acho que isso passa por entendermos um pouco de onde aquele discurso saiu.

Esse é o tipo de tema fundamental e emergente, que não pode ser previsto numa matriz fixa de cursos e que precisa encontrar espaços e abertura para acontecer, conforme nossas antenas estejam ativas.

Na graduação, por exemplo, farei coisa semelhante, mas a liberdade é menor. A matriz é mais dura, os tempos são escassos e há mais entraves. No entanto, além das ofertas obrigatórias de matérias prefixadas, como Oficina de Textos e Contexto Social e Profissional, emplaquei, com um doutorando muito competente, uma disciplina de Marketing editorial. Não há esse tipo de assunto no curso ou há muito lateralmente. Vamos combinar que, num curso de edição, é importante, não é? E quem poderia ministrar algo assim melhor que um editor real? Bom, eis que. Por isso considero esse equilíbrio tão importante. Lembrando que as aberturas precisam estar, antes, nas cabeças das pessoas. É o mais complicado.

No ensino médio, minha gente, é onde a liberdade não está e onde os espaços para propor não existem ou são exíguos. Só posso lastimar. E nem gosto de falar muito nisso, ainda mais estando de férias. Resumindo: a gente é mais adestradinho/a quanto mais jovem… e depois não sabe direito o que fazer com a liberdade e a criatividade. Sigamos juntos/as.

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Jornada de Edição

A Jornada de Edição é um evento produzido a cada semestre pela turma que cursa o primeiro período do bacharelado em Letras do CEFET-MG. Sou a professora da disciplina Contexto Social e Profissional (essa matéria tem uma história curiosa…) e uma das coisas que peço é que os novatos e novatas convidem pessoas externas para debater a edição. Nada mal, né? Parece óbvio.

Fato é que o evento nunca falhou, mesmo quando estive de licença para capacitação. E as turmas se conhecem melhor, formam laços, trazem profissionais e pessoas interessantes para dentro do CEFET-MG e ficam mais conscientes do curso que escolheram fazer.

Ingrid Mello (Livraria do Belas) e Carol Magalhães (Quintal Edições) foram as convidadas da JE19

Neste 2020 esquisito, chegamos à JE 19 e tivemos de realizá-la virtualmente. A turma fez tudo: escolheu as convidadas, produziu, fez as peças de divulgação, escolheu plataformas, usou as redes sociais, etc. Uma graça. Acompanhei como espectadora e de vez em quando tirava uma ou outra dúvida que eles/elas tinham.

Dia 3 de novembro foi o dia! Tudo funcionou bem e mais de 200 pessoas visualizaram a Jornada. Foi muito afetuoso e gratificante. O vídeo ainda pode ser assistido no YouTube.

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Do digital &

O ano está sendo esquisito, triste e truncado, por um lado; por outro, tem surpreendido, em alguns aspectos. Como em tudo, sempre, afinal.

Em março, tivemos de interromper as aulas. A disciplina sobre “Letramentos, identidade e formação do professor” ficou suspensa. Meses depois, voltamos. Mas não do mesmo jeito. Não mais juntos fisicamente, depois do almoço, tendo aqueles papos presenciais em um sala de aula pequena, no terceiro andar do campus I. Tivemos de retomar no Sigaa, nosso AVA de emergência. And the show must go on…

Pedi à turma que retomasse nossos seminários sobre letramentos adjetivados, depois de estudarmos juntos textos de Paulo Freire, Angela Kleiman, Magda Soares e do New London Group. E o jeito era fazer digitalmente. E quem disse que não tem emoção aí?

O grupo responsável pelo letramento literário resolveu fazer uma transmissão ao vivo e deixá-la gravada. Acontece que essas belezuras de pessoas começaram a ser assistidas mesmo e aí a conversa virou uma mesa-redonda muito linda. Que legal, gente! Obrigada por entrarem neste barco, deste jeito afetuoso e dedicado.

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Interessâncias

Sempre tem textos interessantes para a gente analisar, pensar, ler e escrever sobre. Isso é infinito, ainda bem. A linguagem é nossa ambiência. E isso me encanta muito, desde criança.

Este vídeo sobre a Bertha Benz, por exemplo, me encantou. Chegou às minhas lentes pelo WhatsApp, daí fui procurar em algum canal oficial da Mercedes-Benz. Estava lá. E, sim, é um texto, claramente, de alto nível de multimodalidade, porque trato a multimodalidade (a) como inerente e constitutiva de todo texto (como Gunther Kress insistia em afirmar) e (b) como uma gradação, uma paleta, um continuum.

Além do aspecto textual e discursivo que podemos analisar aí, há também a questão das mulheres, que figura muito neste texto e que muito me interessa também. Vamos curtir!

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Metodologias

Há vários anos oriento trabalhos de graduação, especialização, mestrado e doutorado. Nem sempre é muito fácil chegar a um desenho metodológico legal, redondo e convincente.

Tenho colegas que oferecem excelentes cursos de Metodologia do Trabalho Científico e sempre peço aos meus orientandos que se matriculem.

Mas às vezes aquelas metodologias prontas, encontradas nos livros, não são suficientes para a pesquisa. De vez em quando, alguém investiga um problema tão inusitado ou novo que não adianta apenas ler obras da biblioteca, aquelas já velhinhas. Serve, mas é preciso muito contorcionismo para chegar a um bom termo.

Acontece também no nível da linguagem. Certas teses e dissertações têm uma linguagem que não combina com aquele capítulo metodológico padrão. Fica uma quebra estranha, como se o/a pesquisador/a tivesse saído de sua programação normal ou mesmo fica artificial, com aquele jeito de “cumprir a tabela”. Em alguns casos, acho um desperdício.

Quando isso acontece, eu recomendo: Vai ler o Hissa. Nesse livro, ele ajuda muito a repensar pesquisa e metodologia. E é libertador também, encorajador, sem deixar de ser responsável e sério. Sempre vale a pena.

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Nós e a Magda Soares

Meu primeiro semestre letivo de 2020 deveria ter terminado em junho do mesmo ano. Com a pandemia e a subsequente suspensão do calendário do CEFET-MG, o primeiro semestre letivo teve reinício em agosto. E lá vamos nós recomeçar.

Na pós-graduação, eu tinha uma turma de alunos/as regulares de mestrado e doutorado e vários/as alunos/as especiais (isolados/as). Tratávamos de letramento e formação de professores/as. E já tínhamos lido e debatido alguns textos. Paramos no auge do debate sobre uns livros e textos da profa. Magda Soares.

Para retomar, diante da situação de ensino remoto, resolvi trazer a própria Magda para nossas aulas. Muito melhor do que eu mesma repetindo a referência, né? Quanta intimidade! Em vez de simplesmente lermos seus textos e os comentarmos, resolvemos trazer sua voz, sua fala, quase sua presença para nosso papo. E que interessante!

Indiquei dois vídeos para a turma. O primeiro é de 1997!, proposição do Ceale, nas dependências da Faculdade de Educação da UFMG. Magda usa, meio desajeitadamente, transparências e um retroprojetor. O segundo vídeo é recentíssimo. Foi a participação dela, em 2020, no ABRALIN AO VIVO. Ela havia acabado de dar essa conferência, diretamente de sua casa, para milhares de pessoas, cada uma em seu canto. O evento teve um alcance incrível e a professora, desajeitadamente, usava um computador conectado à internet.

Magda deu aulas para nós. O debate em nosso fórum ferveu. A turma comentou coisas interessantes não apenas sobre letramento, alfabetização, alfabetismo, literacia, etc., mas também sobre as condições tecnológicas de cada vídeo, de cada tempo, e o que a professora disse em um e em outro. Foi rico. E os textos que ficaram ali no fórum (dentro do ambiente do Sigaa que a instituição usa) não queriam ser abandonados. Uma aluna mandou uma mensagem perguntando: “teremos acesso a esses textos depois?”. Era saudade daquela riqueza toda.

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Ana Elisa • 2020