Dia 25 de maio, no auditório da Academia Mineira de Letras, será lançado o número 83 da Revista da AML, em versões impressa e digital, ambas de distribuição gratuita. Para este número, tive a honra de organizar, a convite do presidente da AML, Rogério Tavares, e juntamente com ele, um dossiê sobre poesia contemporânea mineira/brasileira (porque daqui se vê o mundo).
Reunimos vários e várias ensaístas, a maioria do CEFET-MG, para escrever sobre um importante conjunto de poetas de Minas, mostrando também parte de seus versos. É claro que assumimos riscos nessa escolha, mas toda antologia é também contingente. Que seja um número marcante. Baixe livremente!
Matéria no Pensar, Estado de Minas, sobre o lançamento.
Depois de cinco anos escrevendo mensalmente para a prestigiosa Revista Pessoa, já era hora de reunir as crônicas sobre nossas línguas portuguesas em um livro. O título sai pela Parábola Editorial e apresenta 62 textos, quase tudo o que foi publicado eletronicamente de 2017 a 2022.
De assuntos específicos, como uma vírgula, aos mais abrangentes, como sotaques, o livro trata de aspectos do português, em especial o brasileiro, com humor, leveza e paixão. O prefácio é assinado pela cronista e poeta paulistana Mariana Ianelli, que captou muito bem o tom dos textos reunidos. E mesmo se tratando de uma coletânea de textos anteriormente publicados, há enormes chances de eles serem inéditos para a maioria dos leitores, já que a Revista Pessoa permitia 24h de acesso gratuito e depois fechava as crônicas aos seus assinantes.
A coluna temática original se chamava “Ortografia também é gente”, em homenagem ao poeta português Fernando Pessoa. O lançamento do livro acontece primeiro em Belo Horizonte, na livraria Quixote, e depois segue para o Rio de Janeiro, em junho.
Lançamento virtual programado para 30 de maio. Assista!
Hoje em dia é difícil acompanhar os comentários sobre os livros nas redes sociais, mas de vez em quando alguém posta uma foto ou faz um textinho. Agradeço sempre.
Por agora, a notícia é o lançamento no Rio:
Bate-papo com Rodrigo Casarin no Página Cinco, UOL.
Há coisas com as quais a gente sonha. Vê na imprensa, vê na tevê, desde criança, e pensa: poxa, será que um dia eu…? Geralmente, são acontecimentos que parecem de outro planeta. E podem ser mesmo.
A Medalha da Inconfidência é uma condecoração que o estado de Minas Gerais dá há décadas (desde meados do século passado, saiba mais), sempre em abril, e independe de quem esteja no governo. É, portanto, uma comenda de estado. De vez em quando ela “agarra”, como dizemos aqui, mas sai. E com ela eu nunca sonhei, de tão de outro mundo que ela me parecia.
Ocorre que, em 2022, eu soube que seria indicada para receber essa comenda. E achei bom, claro, pelo reconhecimento do meu incansável trabalho de formiguinha na cultura e na educação. Mas também achei curioso, engraçado, meio estranho: será que é comigo isso, gente?
Um amigo, ao saber dessa comenda, me mandou uma mensagem pelas redes sociais em que dizia: Ana Elisa provando que trabalhar muito compensa. Bem, eu logo corri para dizer a ele que mais ou menos. Não sei realmente se compensa, mas de vez em quando alguém nota. E faz tempo que eu decidi que trabalharia muito, muito. Tanto, mas tanto que seria difícil ficar tão invisível, ser tão ignorada. Mesmo assim, não é sempre que alguém percebe, ou seja, não é linear e nem é o tal do “mérito”, falácia em que alguns caem.
Receber a Medalha da Inconfidência, uma honraria que o estado de Minas Gerais oferece, nunca esteve no meu horizonte. Não sou herdeira de intelectualidade alguma, não nasci em berço dourado, moro longe da zona mais prestigiosa da cidade. Tudo isso sempre me pareceu longínquo, mas… quando acontece uma coisa assim, a gente chega a pensar que é possível intervir, é possível ter voz (e letra).
A Medalha foi entregue com atraso de cerca de 1 ano, no salão nobre da Assembleia Legislativa de Minas Gerais – ALMG, dia 18 de abril de 2023. Meu filho esteve lá comigo e tirou umas fotos, além de me ver com o colar de tecido vermelho.
Aqui está um vídeo da TV Assembleia no dia da entrega. Posto abaixo uma foto oficial tirada pela equipe de lá.
Estou grata à comissão que fez minha indicação em 2022; sei que isso partiu da Academia Mineira de Letras, instituição à qual também estou grata; e estou tranquila que isso não passe por uma decisão de quem, afinal, não gosta nem de cultura nem de educação, que são as duas áreas às quais me dedico enormemente.
Nas últimas semanas, três textos que escrevi, todos com jeito de crônica, foram publicados em três espaços que respeito muito. O Blog da Parábola Editorial, minha editora do coração; o jornalRascunho, onde tenho uma coluna fixa mensal; e a Revista Ponte, que publica divulgação científica de primeira. Cada texto teve sua lavra, mas explico assim (todos são de acesso aberto e gratuito):
O texto da Revista Ponte resulta de uma fala em um evento acadêmico. Me deu vontade de registrar o que eu disse, então escrevi nesta forma mais livre do que um texto mais acadêmico. Está em uma revista que faz divulgação da ciência, o que considero sempre muito bem-vindo. Trata-se de um texto sobre a revisão de textos literários.
A crônica do Rascunho valeu como um desabafo, depois de algumas ocorrências de violência extrema em escolas brasileiras. Sabemos que há violências nas escolas todos os dias, de muitas maneiras, desde sempre, mas estamos assistindo a algo muito mais radical e complexo. Este texto breve e intenso, intitulado “Há quem agradeça“, circulou bastante e recebi muitos apertos de mão por ele.
O texto que saiu no Blog da Parábola foi escrito num jorro, depois que passei muitas semanas pensando nos processos com meus estudantes do ensino médio, para os quais ministro aulas de Redação, toda quarta-feira. O editor da Parábola perguntou e eu lasquei esta reflexão sobre aprender a escrever melhor, em três passos.
Não importa muito o quê. Gosto muito de escrever, de sentir que estou tecendo um tapete de fios muito juntos, mas também muito claros. Se serve bem às pessoas que leem, melhor ainda.
Está disponível gratuitamente a versão em pdf do primeiro livro da Entretantas Edições. Edição s.f. foi produzido a muitas mãos por pesquisadores e pesquisadoras da edição (mestrado e doutorado), na linha IV do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens do CEFET-MG. A partir das discussões de uma disciplina sobre livro e tecnologia, pusemos as mãos na massa.
O Verbetão, como foi carinhosamente chamado, é de autoria coletiva, organizado pelas pesquisadoras e editoras Samara Coutinho, Cecília Castro e Ana Elisa Ribeiro. O livro pode ser compartilhado livremente. Se for lido e inspirar outras pesquisas, deve ser sempre corretamente citado.
A venda do exemplar físico foi feita entre agosto de 2022 e maio de 2023. Duas edições de papel circularam. Baixe e compartilhe! Fique de olho no catálogo da Entrentantas.
Há alguns meses, recebi um convite interessante do Alexandre Staut, escritor e editor da Folhas de Relva, uma editora independente sediada em São Paulo. Como não topar a encomenda? Prosadores/as de todo o país deveriam escolher um autor ou autora consagrado/a com quem brincar num conto cujo título necessariamente seria uma frase no gerúndio.
Topei na hora. Não sabia ainda o que fazer, mas é assim mesmo que funciona. A gente primeiro diz sim, depois se vira.
Na sequência, escolhi Clarice Lispector. O susto foi que ninguém a havia escolhido ainda! Então pensei: estava reservada para mim. E fui recuperar algumas coisas de arquivo e correspondência que eu tinha sobre ela. Como resultado, publiquei na antologia um conto sobre os pesadelos que a autora confidencia à irmã, por carta, décadas atrás.
A antologia pode ser adquirida aqui. E vale a pena conhecer.
É sempre com alegria que vejo as colunas fixas virem ao mundo. Escrevo-as com carinho continuado. A do Jornal Rascunho é um xodó. E neste fevereiro, ela veio com jeito de desabafo. Uma experiência de anos atrás me veio à memória. E talvez uma saudade do futuro. Tomara que vocês gostem.
Foi orgânico, como diz o pessoal. Já estávamos fazendo um livro juntas quando resolvemos que precisávamos de um selo para chamar de nosso. O “Verbetão” já existia, na parceria preciosa entre o CEFET-MG e a editora Quixote+Do, e a primeira tiragem já se tinha esgotado. De repente, pensei: por que não? E pedi uma reunião on-line urgente.
“Por que não abrimos uma editora? Tenho até uma ideia de nome para ela.”
Sob o olhar atento e ávido da Samara Coutinho e da Cecília Castro, despejei umas ideias e, juntas, chegamos ao nome Entretantas, que tem muitos sentidos. Primeiro ele era uma brincadeira com a Todavia, que é jovem, mas é uma editora poderosa no Brasil. A primeira ideia era chamar Entrentanto, com um slogan mais zoeiro ainda, sugerido pelo Sérgio Karam: “a editora que vem contudo”. Rá! Mas aí as feministas do trio disseram que era importante que fosse Entretanta… e veio o plural, já que estamos no meio de tantas outras editoras, muita gente boa com projetos bonitos. Entretantas estava batizada. Tinha CNPJ, tinha ISBN, tinha ideias, tinha pessoas.
Resolvemos então fazer a segunda tiragem do Verbetão, com algumas mudanças. E lançar um novo título na Feira Urucum, que aconteceria (e aconteceu) em fevereiro de 2023, na Funarte, em Belo Horizonte. Boa oportunidade. Fizemos então a parceria dos sonhos: a Impressões de Minas embarcou conosco.
Nossa estreia foi assim. Os dois volumes compõem um kit que deu início às publicações que faremos, lentamente, sobre edição. O terceiro volume deve sair em julho de 2023, sempre com colaborações preciosas e muita alegria.
Ana Elisa Ribeiro + Cecília Castro + Samara Coutinho
Para adquirir os livros em catálogo, é só ver os dados e o formulário que deixamos à disposição. São livros curtos, pequenos, mimosos e interessantes, é o que pensamos. Em algum tempo, passaremos também a deixar os pdf em acesso aberto. No entanto, recomendamos os impressos, que são umas fofuras e a preço acessível.
Entretantas na Feira Urucum pelo Wallison Gontijo (Impressões de Minas) no Universo Literário, Rádio UFMG Educativa.
Em 2020, encontrei a Rejane Dias, CEO do Grupo Autêntica, em um lançamento de livro. Era uma coletânea de contos da qual eu participava como autora, e a Rejane era a editora responsável. Já nos conhecíamos há muito tempo e, naquela ocasião, ela me chamou para um papo.
A ideia era publicar literatura contemporânea. Ela queria um plano, um programa. Claro que eu topei. E levei para ela, semanas depois, uma proposta de selo novo para dar conta da profusão de livros bons que têm sido produzidos no Brasil e fora. Rejane encarou.
Os primeiros títulos saíram em 2022 e chegaram arrasando. A autora equatoriana Mónica Ojeda foi um dos carros-chefes, assim como a mineira Marcela Dantés, ambas com romances muito bem recebidos pelo público e pela crítica. Vários outros livros vieram em seguida. E em 2023 o desafio continua. Os primeiros títulos a sair foram a trilogia da autora sul-africana/inglesa Deborah Levy, maravilhosos. E vários outros vêm aí.
Neste mês, mais uma vez, ocupei minha coluna no Blog da Relicário. O texto me veio a partir de uma experiência com as roupas. Sim, elas. E acho que muita gente vai se identificar. Gosto muito desses textos que provocam memórias, lembranças, sentimentos e sensações. Convido à leitura.