Categoria: Ensino Page 1 of 3

Fim de ano, energia no volume morto

Escola. Final de ano é sempre meio que isto: reuniões, correria, notas, gente em desespero, professores exaustos, todo mundo exaurido. Por quê? Fico pensando, nos meus breves segundos de revolta. Depois retomo o lançamento das notas e frequências, os e-mails tirando dúvidas. Você organiza tudo (sou bem virginiana, a louca das planilhas), oferece atendimento, mas as pessoas às vezes não respeitam. Elas pintam fora do horário do atendimento, querendo soluções que muitas vezes são mágicas. É um universo em que sempre é possível ser flexível, mas querem sua permissividade; é sempre possível ter dó, mas aí a gente é que se lasca. É isso. É querer ser educadora, mas viver no limite da injustiça. Paciência. Há mais de 25 anos sou professora, nunca aprenderei direito.

Já tivemos, só neste mês, reuniões, uma das quais teve quatro horas de duração. É teste de resistência, não? Imagina? O trabalho não nos deixa trabalhar. Essa é uma das esquizofrenias da escola, o que ela faz conosco. E por cima das reuniões já marcadas, alguns vêm querendo mais reuniões; reuniões para fazer outras reuniões. É horripilante. Um universo realmente terrível de camadas de exigências estranhas. Isso sem falar nas aulas finais, nas despedidas, que de vez em quando são boas. Me despedi de uma turma bonitinha de ensino médio, com chororô e tudo; me despedi de orientadas; me despedi de estagiárias; me despedi de colegas; me despedi de professoras que vieram fazer a pós-graduação. De outro lado, dei as boas-vindas a algumas pessoas, essas que foram aprovadas agora e darão sequência aos estudos. É o fim e é sempre o começo.

Exausta. Estou exausta. A única coisa que penso é que quero corrigir minha rota (porque algumas circunstâncias me pegaram no contrapé), quero juntar energias para escrever e fazer o que gosto nas férias, quero ter férias do jeito que quero tê-las, sem negociar com ninguém (porque passo cada minuto do ano negociando) e quero me cercar sempre de gente inteligível, transparente, que joga o jogo limpo e ético. Nem sempre é possível e as escolas, como todo ajuntamento de gente viva, às vezes parece um serpentário. Bom, mas a gente sempre fica sabendo o que não é legal e o negócio é se blindar, para continuar fazendo o que é bom para quem veio buscar coisas boas neste espaço.

Calor. O calor é intolerável. Sou 40% menos produtiva quando faz calor. Mas janeiro há de ser de ventiladores ligados e energias dedicadas às coisas para as quais minha energia vai sem dor, em bocados prazerosos. É claro que não dá para viver o tempo todo assim. Nossa sociedade não gosta disso. Os colegas também não. É uma perturbação frequente, gente que toma conta da vida dos outros, enquanto definha. No calor mesmo, vamos tirar férias e sossegar. O que são férias para você? Eu as defino assim: não ter horário. Acordar quando acordo, comer quando tenho fome, beber quando sinto sede, dormir quando sinto sono. Com filho grande já dá para alcançar essa graça. Vejo na tevê a notícia de que os hotéis estão com 100% de ocupação não sei onde, as filas, os voos lotados (e caros! como nunca!), aquela multidão escorrendo junta pelas mesmas ruelas. Só penso: que bom não estar aí! Passo o ano todo negociando coisas e horários que não são meus, a rigor. Sendo usada aqui e acolá. Minhas férias… dá licença! Farei o que quiser delas. E só com quem eu escolher. Boas festas e que você possa também escolher.

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CEFET-MG no topo

A notícia é que o CEFET-MG encabeça a lista dos melhores da rede de institutos e cefets. De fato, essa instituição centenária tem feito um belo trabalho. É uma alegria fazer parte disso, de algum modo.

Na rede federal de ensino como um todo, a situação não é ruim. O CEFET-MG ocupa o 33o lugar. Nada mal, hein? Seguimos firmes.

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Desafios da pós-graduação UFSJ

A Universidade Federal de São João del-Rei me fez um convite honroso: discutir os desafios da pós-graduação num simpósio virtual. Muitos convidados e convidadas bacanas compareceram para falar sobre o tema, pensar, refletir, propor. Foi dia 10 de agosto, volta às aulas. O público foi imenso e muito receptivo. Falei à tarde e gostei demais de ouvir os/as colegas de mesas.

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Sábado letivo

O dia 13 de agosto vai ser uma festa. O Departamento de Linguagem e Tecnologia, onde sou lotada no CEFET-MG, está responsável pela oferta livre de atividades para o ensino médio. Aqui é possível ver a lista de oficinas e cursos curtos. Eu e as bolsistas maravilhosas do Aula Aberta vamos oferecer uma oficina de escrita bem desafiadora. Ó só:

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Setembro e a primavera

Já estamos na metade do mês de setembro, os ipês estão em festa por todo canto, já faz calor de ligar ventilador (em BH), temos uma estiagem bastante incômoda e, ainda assim, vi que meu manacá floriu de branco e roxo.

O mês está cansativo. O calendário letivo está atrasado, então estamos vivendo julho, na verdade. Disciplinas terminando, estudantes estressados, nós também. Trabalhos para ler e comentar, notas e frequência a lançar no sistema acadêmico, reuniões em sequência e um cansaço enorme. Logo ali, vemos as férias na esquina, mas elas riem de nós. Nunca chegam.

Até que o mês termine de vez, ainda participarei de bancas de qualificação, de TCC, de concurso público e de mestrado, em diversas instituições. Também lerei vários projetos de orientandos/as meus que precisam de feedback. Em breve as qualificações serão deles.

Haverá ainda mesas e palestras em eventos simpáticos, encontros virtuais com colegas queridos e queridas, papos sobre literatura, onde mostro minha faceta mais persistente, a de escritora. Quando o mês chegar ao fim, estarei em Porto Alegre, num encontro com o amor para uns dias de descanso e alívio. (Me espera, Sérgio!)

Estou muito grata por participar de tantas coisas que me fazem perceber sentido na vida e na profissão. Tem sido muito difícil atravessar a pandemia somada ao governo federal. Muito difícil. O período mais complicado e mais desestimulante de toda a minha vida profissional, em especial como professora. No entanto, é preciso seguir. O que me dá vontade de seguir são justamente os convites interessantes e as possibilidades de parcerias proveitosas, coletivas, bonitas. Não fosse isso e eu estaria muito mais afundada em burocracia e falta de visão.

Sigamos!

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Fechando ciclos

Em janeiro eu já tinha sacado que seria um ano de muito trabalho. Embora a pandemia seja uma grande tragédia, uma crise enorme, da qual vamos demorar a nos recuperar completamente, em muitos sentidos ela provocou também, em minha vida, uma dinâmica de trabalho intenso, mas que me deixa muito menos exausta. Não é interessante?

Por estar em casa, distribuindo melhor o meu tempo e com a mesma responsabilidade com que lido com tudo o que preciso fazer, consigo me organizar bem, jogando muito menos tempo no lixo ou doando-o menos ao que e a quem não quero doar. É realmente algo que tem me feito pensar muito, embora eu não possa passar muito disso: pensar. Sei que o retorno ao presencial me levará, novamente, ao desperdício.

Nesta semana, sexta-feira, encerro um curso online que ofereci em uma experiência nova da Andifes e do CEFET-MG, a mobilidade virtual. Convidei uma colega argentina, a profa. Lucía Tennina, da UBA, e juntas compusemos e oferecemos um breve curso sobre edição e literatura contemporâneas no Brasil. Tivemos boa aceitação, pessoas interessadas em várias partes do planeta. À medida que as semanas passaram, o engajamento geral foi se reduzindo, mas a experiência serviu para nos colocar em contato com muita gente interessante e interessada no Brasil e em sua produção literária.

O outro ciclo que se encerra, também ligado à colaboração e à parceria, é a disciplina de pós ofertada juntamente com a profa. Dorotea Kersch, da Unisinos, num esquema de aulas virtuais às terças-feiras. Que maravilha de conversa! Pessoas do país inteiro estiveram conosco por cinco semanas, sem trégua, por meio de fóruns e de encontros síncronos muito proveitosos. Pelo menos foi assim que senti. Dezenas de colegas leram nossas indicações bibliográficas, conversaram conosco, nos contaram de suas experiências. Por fim, propusemos uma produção de texto colaborativo. A ver.

São ciclos que se encerram. Foram muitos cursos extras (afora as aulas regulares de médio e graduação), que serviram como pilotos de coisas que desejamos fazer sempre. No entanto, é este ser dona do tempo que permite tanta estripulia boa. Se houve algo que rendeu durante esta “infinitena” (como disse um amigo) foram os laços, as colaborações, as experimentações. Ah, se dependesse de mim… Trabalho o dobro, o triplo; produzo muito e melhor; me sinto muito mais objetiva; mas enfim… um dia a vida voltará ao seu curso… espero que seja um outro jeito de fazer e de ser.

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Reunião é mato

A semana será de aulas e reuniões, coisas que têm se confundido, nestes tempos pandêmicos já repetitivos.

Reuniões que duram quatro, cinco horas. Imaginam? Pois é. Em escola tem. Sempre. Resolve-se algo? Geralmente, não.

Reunião de algumas curadorias. Nestas, sim, premidas por prazos exatos, costumamos resolver coisas.

Aulas síncronas, que tenho preferido chamar de encontros. Dessas também tenho algumas. Tento distribuir turmas diferentes em semanas diferentes para que não fique pesado para esta professora já meio encarquilhada.

Hoje não consegui acompanhar meu filho à dentista. É assim que é.

Dois cursos breves tomarão algumas horas deste julho frio: o de edição e literatura BR que oferecemos junto à ANDIFES e a disciplina de 1 crédito sobre multiletramentos, em parceria com a Unisinos. Causam alegria e ansiedade, tudo junto.

Vamos deixar a sexta para o café?

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Tristeza infinita

Um país que jamais investiu de verdade em educação pública para todos não pode ser sério. Um país que trata mal seus professores, seus alunos, suas escolas. Um país que consegue sempre piorar o que nunca é ideal. É isso o que temos visto e vivido.

Hoje, a tristeza desta nota – um pedido de socorro – da nossa centenária instituição de ensino público e gratuito… que se afunda junto com toda a rede.

Meu repúdio. Meu fôlego para esta infinita reconstrução.

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Abril, outono e edital

Semana apertada, mas prazerosa. Além das reuniões com o conselho do prêmio Jabuti e das aulas síncronas de fim de semestre (sim, nosso 2020 só terminará agora…), a semana outonal será de bate-papo com o pessoal do PPG de Educação da Universidade Estadual do Ceará (UECE), de visitas ilustres em aulas e de idinha aos correios. Finalizo também o curso sobre letramentos na Biblioteca Mário de Andrade. Uma bela experiência.

Ah, uma coisa bacana da semana: o edital de disciplinas especiais (isoladas) do Posling CEFET-MG está aberto. Os prazos são curtinhos, mas dá tempo de ver as disciplinas ofertadas e correr lá para pedir um deferimento.

Eu e a profa. Dorotea Kersch (Unisinos) vamos oferecer um crédito sobre multiletramentos. Não é legal? Coisas do ensino remoto.

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Tese orientada com sucesso

Dá um orgulho danado quando valorizam os trabalhos que fazemos, mesmo que indiretamente. Desta vez foi o reconhecimento da bela tese de Estefânia Costa, hoje doutora, professora comprometida, minha ex-orientanda no PPG Estudos de Linguagens do CEFET-MG, onde investigou práticas de ensino de produção textual para a redação do ENEM. A matéria na homepage dá ideia da pesquisa e da tese dela decorrente.

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Ana Elisa • 2020