É sempre com alegria que vejo as colunas fixas virem ao mundo. Escrevo-as com carinho continuado. A do Jornal Rascunho é um xodó. E neste fevereiro, ela veio com jeito de desabafo. Uma experiência de anos atrás me veio à memória. E talvez uma saudade do futuro. Tomara que vocês gostem.
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Foi orgânico, como diz o pessoal. Já estávamos fazendo um livro juntas quando resolvemos que precisávamos de um selo para chamar de nosso. O “Verbetão” já existia, na parceria preciosa entre o CEFET-MG e a editora Quixote+Do, e a primeira tiragem já se tinha esgotado. De repente, pensei: por que não? E pedi uma reunião on-line urgente.
“Por que não abrimos uma editora? Tenho até uma ideia de nome para ela.”
Sob o olhar atento e ávido da Samara Coutinho e da Cecília Castro, despejei umas ideias e, juntas, chegamos ao nome Entretantas, que tem muitos sentidos. Primeiro ele era uma brincadeira com a Todavia, que é jovem, mas é uma editora poderosa no Brasil. A primeira ideia era chamar Entrentanto, com um slogan mais zoeiro ainda, sugerido pelo Sérgio Karam: “a editora que vem contudo”. Rá! Mas aí as feministas do trio disseram que era importante que fosse Entretanta… e veio o plural, já que estamos no meio de tantas outras editoras, muita gente boa com projetos bonitos. Entretantas estava batizada. Tinha CNPJ, tinha ISBN, tinha ideias, tinha pessoas.
Resolvemos então fazer a segunda tiragem do Verbetão, com algumas mudanças. E lançar um novo título na Feira Urucum, que aconteceria (e aconteceu) em fevereiro de 2023, na Funarte, em Belo Horizonte. Boa oportunidade. Fizemos então a parceria dos sonhos: a Impressões de Minas embarcou conosco.
Nossa estreia foi assim. Os dois volumes compõem um kit que deu início às publicações que faremos, lentamente, sobre edição. O terceiro volume deve sair em julho de 2023, sempre com colaborações preciosas e muita alegria.
Para adquirir os livros em catálogo, é só ver os dados e o formulário que deixamos à disposição. São livros curtos, pequenos, mimosos e interessantes, é o que pensamos. Em algum tempo, passaremos também a deixar os pdf em acesso aberto. No entanto, recomendamos os impressos, que são umas fofuras e a preço acessível.
Entretantas na Feira Urucum pelo Wallison Gontijo (Impressões de Minas) no Universo Literário, Rádio UFMG Educativa.
Em 2020, encontrei a Rejane Dias, CEO do Grupo Autêntica, em um lançamento de livro. Era uma coletânea de contos da qual eu participava como autora, e a Rejane era a editora responsável. Já nos conhecíamos há muito tempo e, naquela ocasião, ela me chamou para um papo.
A ideia era publicar literatura contemporânea. Ela queria um plano, um programa. Claro que eu topei. E levei para ela, semanas depois, uma proposta de selo novo para dar conta da profusão de livros bons que têm sido produzidos no Brasil e fora. Rejane encarou.
Os primeiros títulos saíram em 2022 e chegaram arrasando. A autora equatoriana Mónica Ojeda foi um dos carros-chefes, assim como a mineira Marcela Dantés, ambas com romances muito bem recebidos pelo público e pela crítica. Vários outros livros vieram em seguida. E em 2023 o desafio continua. Os primeiros títulos a sair foram a trilogia da autora sul-africana/inglesa Deborah Levy, maravilhosos. E vários outros vêm aí.
Ficam algumas matérias sobre o sucesso do selo:
O lançamento do selo no portal PublishNews.
Cristina Rivera Garza no Estado de Minas.
Os 25 anos da Autêntica no PublishNews.
Entre os melhores livros de 2022, segundo o Estadão.
Neste mês, mais uma vez, ocupei minha coluna no Blog da Relicário. O texto me veio a partir de uma experiência com as roupas. Sim, elas. E acho que muita gente vai se identificar. Gosto muito desses textos que provocam memórias, lembranças, sentimentos e sensações. Convido à leitura.
É sempre bom quando surge um convite para publicar séries curtas de poemas. Normalmente, nos dão opção de apresentar inéditos ou de republicar alguns poemas antes saídos em livros ou outros materiais. Ultimamente, tenho preferido fazer pequenas séries de poemas inéditos e lascar por aí. É como ver se cola, mas sem grande preocupação.
Há alguns meses, fiz isso com uma pequena série sobre parques de diversão que saiu em uma revista portuguesa muito legal chamada DiVersos, com a qual colaboro há muitos anos. Depois, saíram mais uns poemas em uma revista eletrônica, a Cassandra. Agora é a vez da Desvario, que me pediu três textos, e enviei esta série que brinca com folclores, lendas e superstições. Convido à leitura.
Quem não gosta de receber reconhecimento dentro de casa? Este foi o presente que o CEFET-MG me deu depois que ganhei o Prêmio Jabuti de literatura. A foto na matéria é do meu filho, que fez questão do registro. Grata à Secom, ao Gilberto Telini e aos colegas de labuta diária. Escrever também faz parte.
Ansiosa pelas conversas literárias que terei em São Leopoldo, na próxima semana. Já estou sabendo que uma turma legal andou lendo meu livro jabutizado (antes de ele ser) e que teremos bons encontros.
Não entendi ainda direito, dá um certo torpor, um sonho que se realiza, algo que se reconhece, em especial depois de muito desejo e muito trabalho. O Jabuti é nosso, neste 2022. Romieta & Julieu ganhou na categoria Juvenil. Fica o agradecimento aos editores, aos designers, à posfaciadora e à CBL.
O Sempre um Papo, projeto longevo e importante do jornalista mineiro Afonso Borges, me fez o honroso convite de falar sobre o Menos ainda e, de quebra, sobre meus 25 anos de publicações poéticas, na marra, na base da desobediência. Foi uma delícia a mediação da Jozane Faleiro. Pode-se assistir aqui:
No site bheventos.
Ultimamente, escrevi vários prefácios ou posfácios para obras técnicas e literárias. É sempre uma honra ser convidada a ler uma obra ainda no original para dizer umas palavras sobre ela. Faço com gosto, em especial se eu puder colaborar de fato. Estes aqui são dois dos livros que prefaciei recentemente, de duas escritoras queridas: a Leila Teixeira e a Olga Valeska. Um é o romance de uma escritora gaúcha; o outro é a poesia dançarina de uma poeta mineira. O primeiro saiu pela Zouk, editora independente de Porto Alegre; o segundo pela Impressões de Minas, nossa valente editora belo-horizontina. Todos dois são altamente recomendáveis.