Nos últimos tempos, andei falando sobre revisão de textos, mas dentro de uma especificidade: o texto literário. Há quem deteste fazer esse tipo de serviço, justo pelo caráter criativo e rebelde que poemas, romances e outros gêneros podem ter, mas há quem, como eu, adore esse possibilidade. De alguns anos para cá, tenho tido boas e interessantes experiências lendo e comentando os textos de pessoas que se lançam como escritoras ou que já são experientes nessa praia. Gosto desse gosto. Bom, mas a experiência alimenta a reflexão; e vice-versa. Assim, alguns ensaios saíram aqui e ali:

Com a Jéssica Soares, mestranda do Posling CEFET-MG, tive a oportunidade de refletir sobre aspectos da revisão que vão além das palavras, e são tão importantes quanto qualquer outro, em especial para certos domínios, como é o caso da publicidade, que goza desse senso de liberdade e intimidade com a língua que se aproxima da literatura, em alguns momentos. Publicamos na revista Informação em Pauta, da Universidade Federal do Ceará, depois de discutirmos as ideias deste texto num congresso internacional, o SITRE, em BH.

Junto com Márcia Romano, também mestre pelo CEFET-MG, organizei o livro Além da Gramática (Artigo A, 2021), com capítulos de várias pesquisadoras que também são profissionais da revisão, em âmbitos diversos. Meu capítulo se chama “Correção e transgressão na revisão do texto literário: notas sobre um conto de Maria Valéria Rezende”, que sistematizou (mais ou menos) o que eu já havia dito em uma palestra para a Academia Mineira de Letras.

Com enorme alegria, participei como editora convidada da primeira revista Gutenberg, da Universidade Federal de Santa Maria (UFMG). A querida profa. Cláudia Bomfá me fez algumas encomendas ótimas e meu texto acabou cabendo no periódico. Nele também discuto a revisão do texto literário, “outras margens” e algumas experiências.

Há alguns textos acadêmicos, estudos mesmo, sobre revisão literária, mas não são tantos assim. Talvez a experiência também seja mais restrita, assim como a oportunidade de falar sobre ela e sobre o aprendizado para executá-la. Não vejo como uma pessoa que não lê literatura possa revisar literatura. Há ali uma compreensão que excede a pura técnica, se existe alguma. Espero ter contribuído, inclusive a partir de outras leituras.

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