Não escolhemos nossas leituras. As leituras eletivas são luxo. E é preciso protegê-las bem, mesmo na área de Letras, se as quisermos manter. A maior parte das leituras na profissão se dá por obrigação. Por isso, é muito reconfortante, por exemplo, quando lemos uma tese ou uma dissertação boa, realmente boa, bem escrita, fluente, bem desenhada.

Estou com uma assim nas mãos por estes dias. Chego a ficar ansiosa para lê-la, e geralmente faço isso ao me deitar. Imaginem? Passo a maior parte do dia apagando incêndios e dando aulas, isso quando não há reuniões que nos impedem de trabalhar, e a tese se torna meu quase descanso na noite.

Bem escrita, bem delineada, aprendo com ela, de fato. Há umas frases de banca que se tornaram clichês. As pessoas dizem, são gentis, mas nem sempre são verdades inteiras. “Aprendi com seu trabalho” é uma delas. Há coisas que nem digo porque soam falsas, repetitivas, uma espécie de protocolo que performa uma modéstia (e por vezes uma humanidade) que nem é verdade, partindo de quem parte.

Neste caso que tenho comigo aqui, sim, aprendi muito. Todos os dias aprendo um pouco. É um trabalho competente de resenha, de proposição, de sustentação, de articulação, de autoria, de aplicação. Que bom começar o ano assim. <3

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