Autor: Ana Elisa Page 2 of 94

Fazendo Gênero 2024

Uma orientanda muito querida, a Cecília Castro, pesquisadora e editora, militante feminista, tinha o sonho de participar do Fazendo Gênero, um congresso enorme que sempre acontece em Florianópolis, SC.

Eu conhecia o evento, mas olhava com certo distanciamento. Ficava pensando que não estudo gênero a ponto de ir parar lá, e que talvez “apanhasse” daquela multidão de gente especialista.

Só que a Cecília é muito animada e engajada e me convenceu de que deveríamos não apenas participar com apresentação de trabalho, mas propor um Grupo de Trabalho e coordená-lo! E fomos nós enfiar os estudos de edição em mais este congresso, abrindo espaços institucionais e discursivos que sabemos que são importantes.

Já que decidimos empreender, resolvemos também chamar uma querida colega e parceira argentina, a pesquisadora e professora María Belén Riveiro, da Universidad de Buenos Aires e do Conicet, que é sempre muito generosa conosco. E ela topou!

Fomos as três elaborar nossa proposta, submetê-la, cruzar os dedos. Fomos aprovadas. Daí passamos a divulgar nosso GT como se não houvesse amanhã, com os cards que a organização produziu. Como as coisas ainda não estão muito normais, nem mesmo em termos de financiamentos e deslocamentos, passamos certo aperto com isso, mas, finalmente, ACHO que nosso GT emplacou e deve acontecer.

Hoje fiz a avaliação dos trabalhos submetidos e tive a alegria de ver lá pessoas de várias partes do Brasil e da América Latina, com trabalhos surpreendentes. Cavar esses espaços de discussão sobre um tema que tem interesse tão específico e gente tão esparsa… é uma conquista e tanto.

Esperamos estar na programação de julho e brindar esse encontro, com trocas alentadoras e relevantes para todas.

Me inscrevi com um trabalho mais especulativo, que questiona o que acontece quando as mulheres chegam aos postos de poder no campo editorial. Porque… sabemos que não basta ser mulher para que haja efetiva mudança.

Espero ter notícias alegres sobre esse encontro bonito em Floripa.

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Matéria no Escrita Criativa

Em 2023, dei um curso breve sobre literatura contemporânea escrita por mulheres na formação de escritores Metamorfose, dirigida pelo Marcelo Spalding. Daí decorreu uma entrevista que dei à Kethlyn Machado, que gerou esta matéria publicada no Escrita Criativa. Convido à leitura. É sempre um assunto candente esse das mulheres, a escrita e a publicação.

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Primeira atividade de 2024

Férias. Meu plano ambicioso é dormir muito, quanto o corpo quiser, e estudar. Melhor dizer LER, porque pode ser para estudo ou não. E é o que tenho feito. Na paz, dentro do possível. No entanto, vou suspender minhas merecidas férias por algumas horas já em janeiro. É que não resisti ao convite simpático de colegas do Piauí. Vejam só:

Canal do CAFS UFPI

Vê se dá para resistir a esse tema? Topei feliz e depois voltarei para minhas férias, que logo terminarão porque os dias letivos começam em fevereiro no CEFET-MG. É isso que dá atuar em três níveis de ensino! Não é mole.

Estou armando várias coisas legais para 2024. E, claro, deixando espaços para o imponderável. Se minha saúde e a das pessoas amadas deixar, tudo haverá de acontecer e dar certo. Tem cursos breves, disciplinas interessantes, grupo de estudos, publicações, eventos em BH e fora, parcerias legais. Que assim seja!

Se quiser assistir, aí vai:

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Conto liberado para degustação

A Autêntica Contemporânea liberou a publicação do conto “Dois Pontos” na página da Molla, uma mostra de escritoras latino-americanas que aconteceu em Lisboa, no finalzinho de 2023. É uma oportunidade de degustação.

O conto já tinha sido publicado na antologia 20 contos sobre a pandemia de 2020, organizada por Rogério Tavares, pela Autêntica. Depois abriu a coletânea Causas não naturais, que lancei no apagar das luzes de 2023. Fica a dica para um breve mergulho nesta narrativa. Quem sabe dá vontade de ler o livro todo? 😉

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Editar na pandemia

Já no apagar das luzes de 2023, soube da publicação de um ensaio breve na revista Contexto (UFES), escrito a partir de uma fala em um evento da pós por lá, a convite do colega Vitor Cei. É uma reflexão que leva em consideração a formação em Letras e aspectos da edição durante a crise sanitária.

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Trajetória indisciplinar nos estudos de edição, Tradução

Neste número da revista Gutenberg (UFSM), especializada em produção editorial, publico a tradução de um texto da professora colombiana Paula Marín Colorado, do Instituto Caro y Cuervo e Universidad de Antióquia, uma das grandes estudiosas do tema na América Latina.

Paula esteve no CEFET-MG em 2023, a nosso convite, para um curso rápido no Posling e uma participação no I Encontro da Red Latinoamericana de Cultura Gráfica e III Rastros Lectores, organizado localmente pela UEMG e pelo CEFET-MG. Traduzir este texto dela foi uma das ações combinadas. A publicação na revista Gutenberg coroa o trabalho.

Registro também minha participação na organização deste número, a convite da querida colega Cláudia Bomfá.

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2023 off, 2024 on

O finalzinho de 2023 ainda guardou algumas surpresas… mais ou menos surpreendentes. Tive encomendas legais ao longo do ano e sabia, claro, que alguns textos estavam em fase de editoração, mas não tinha certeza de quando viriam à luz. E alguns vieram. Um deles foi minha crônica mensal no jornal Rascunho, que deu uma atrasada atípica, mas rolou. Exímio datilógrafo é um texto cheio de memória e afeto.

[Troquei meu teclado de computador por um novo, mas como isso me irrita! Gente do céu! Alguns sinais mudam de lugar e eu fico feito doida. Cadê minha interrogação? (Vejam que já achei) E este Delete pequeno? Afff, mas vamos nessa. O outro estava com as teclas “agarrando” e digitava um monte de aaaaa e eeeee e as pessoas achando que eu sou muito efusiva na hora de escrever. Não, gente, era só um teclado gasto.]

Bem, eu já tinha registrado aqui a publicação do número novo da revista argentina Intersticios, de Córdoba, que me deu uma alegria grande porque também coroa uma colaboração e um posdoc que andei fazendo por lá. Adoro fechar contas e passar réguas.

Quando dezembro já anoitecia, e quase já nascia 2024, eis que saem mais dois textos: a tradução de um relato da professora colombiana Paula Marín Colorado, da Antioquia, sobre sua trajetória indisciplinar nos estudos de edição, pela revista Gutenberg (UFSM), e um relato meu sobre editar na pandemia pela revista Contexto, da UFES, a convite do querido Vitor Cei e a partir de um evento de que participei por lá.

Fechando com chave-de-ouro me aparece um e-mail da revista Cadernos de Linguística, da Abralin, para dizer que “Educação e tecnologias digitais na pandemia: ciclos da precariedade” foi um dos 5 artigos mais baixados/lidos de 2023. Tomara que as pessoas descubram que ele tem uma continuação!

2023 foi produtivo, mas me deixou na boca um gosto de desorganização e correria que eu não quero que se repita em 2024. A ver. Tem coisa que engole e atropela a gente, né? Vamos tentar controlar. Que seja um ano novo feliz para todos*as.

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Escritoras, editoras y agentes, na Intersticios

A revista argentina Intersticios acaba de sair com um dossiê intitulado “Escribir en-desde el intersticio: resistencias y transgresiones escriturales en América”, organizado pela editora convidada profa. Magdalena González Almada, da Universidad Nacional de Córdoba. É uma enorme alegria ter um artigo aprovado nesse contexto, resultado de pesquisas sobre edição e gênero. O texto está em acesso aberto e pode ser baixado aqui.

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Las mujeres y los estudios del libro y la edición en iberoamérica

Este livro lindíssimo, um volume de algumas centenas de páginas, organizado pela profa. Marina Garone Gravier, da UNAM, reúne pesquisadoras de várias partes do mundo que investigam a edição e as mulheres. Contribuí com o capítulo intitulado “Editoras brasileñas en el siglo XX: un legado bajo raros rastros”, que escrevi com enorme gana, a partir das investigações que temos feito no CEFET-MG, fomentadas pela Fapemig. O volume foi publicado por um hub de editoras universitárias e pode ser adquirido na Uniandes, da Colômbia.

Notícia e entrevista com Marina Garone Gravier no El Universal, do México.

No Excelsior, um dos mais importantes veículos mexicanos.

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Fim de ano, energia no volume morto

Escola. Final de ano é sempre meio que isto: reuniões, correria, notas, gente em desespero, professores exaustos, todo mundo exaurido. Por quê? Fico pensando, nos meus breves segundos de revolta. Depois retomo o lançamento das notas e frequências, os e-mails tirando dúvidas. Você organiza tudo (sou bem virginiana, a louca das planilhas), oferece atendimento, mas as pessoas às vezes não respeitam. Elas pintam fora do horário do atendimento, querendo soluções que muitas vezes são mágicas. É um universo em que sempre é possível ser flexível, mas querem sua permissividade; é sempre possível ter dó, mas aí a gente é que se lasca. É isso. É querer ser educadora, mas viver no limite da injustiça. Paciência. Há mais de 25 anos sou professora, nunca aprenderei direito.

Já tivemos, só neste mês, reuniões, uma das quais teve quatro horas de duração. É teste de resistência, não? Imagina? O trabalho não nos deixa trabalhar. Essa é uma das esquizofrenias da escola, o que ela faz conosco. E por cima das reuniões já marcadas, alguns vêm querendo mais reuniões; reuniões para fazer outras reuniões. É horripilante. Um universo realmente terrível de camadas de exigências estranhas. Isso sem falar nas aulas finais, nas despedidas, que de vez em quando são boas. Me despedi de uma turma bonitinha de ensino médio, com chororô e tudo; me despedi de orientadas; me despedi de estagiárias; me despedi de colegas; me despedi de professoras que vieram fazer a pós-graduação. De outro lado, dei as boas-vindas a algumas pessoas, essas que foram aprovadas agora e darão sequência aos estudos. É o fim e é sempre o começo.

Exausta. Estou exausta. A única coisa que penso é que quero corrigir minha rota (porque algumas circunstâncias me pegaram no contrapé), quero juntar energias para escrever e fazer o que gosto nas férias, quero ter férias do jeito que quero tê-las, sem negociar com ninguém (porque passo cada minuto do ano negociando) e quero me cercar sempre de gente inteligível, transparente, que joga o jogo limpo e ético. Nem sempre é possível e as escolas, como todo ajuntamento de gente viva, às vezes parece um serpentário. Bom, mas a gente sempre fica sabendo o que não é legal e o negócio é se blindar, para continuar fazendo o que é bom para quem veio buscar coisas boas neste espaço.

Calor. O calor é intolerável. Sou 40% menos produtiva quando faz calor. Mas janeiro há de ser de ventiladores ligados e energias dedicadas às coisas para as quais minha energia vai sem dor, em bocados prazerosos. É claro que não dá para viver o tempo todo assim. Nossa sociedade não gosta disso. Os colegas também não. É uma perturbação frequente, gente que toma conta da vida dos outros, enquanto definha. No calor mesmo, vamos tirar férias e sossegar. O que são férias para você? Eu as defino assim: não ter horário. Acordar quando acordo, comer quando tenho fome, beber quando sinto sede, dormir quando sinto sono. Com filho grande já dá para alcançar essa graça. Vejo na tevê a notícia de que os hotéis estão com 100% de ocupação não sei onde, as filas, os voos lotados (e caros! como nunca!), aquela multidão escorrendo junta pelas mesmas ruelas. Só penso: que bom não estar aí! Passo o ano todo negociando coisas e horários que não são meus, a rigor. Sendo usada aqui e acolá. Minhas férias… dá licença! Farei o que quiser delas. E só com quem eu escolher. Boas festas e que você possa também escolher.

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Ana Elisa • 2020